A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciaram, em abril, um vasto plano para institucionalizar e incrementar a sua cooperação técnica, aprimorando ações que fazem parte da história de colaboração entre as duas instituições. Com objetivo de criar ações em conjunto e aprimorar as diversas já existentes, grupos de trabalho atuarão em eixos temáticos dedicados a pensar e intervir em questões que vão do patrimônio histórico do Rio de Janeiro ao desenvolvimento de novas vacinas e pesquisas de ponta na área da saúde.
A cooperação prevê a articulação entre a rede hospitalar da Fiocruz e o complexo de nove hospitais da UFRJ, bem como a integração em todos os níveis de ensino, incluindo graduação e pós-graduação, e o desenvolvimento de projetos de educação básica ampliados para a região da Maré e Manguinhos.
Os pesquisadores poderão compartilhar plataformas tecnológicas e laboratórios do tipo multiusuários, com uso de modernas tecnologias, entre outros recursos. O plano prevê também a cooperação com instituições de ensino e pesquisa na América Latina, dando destaque para o Rio de Janeiro como problemática comum de estudo. Importante destacar ainda a intenção das duas instituições em colaborarem com o desenvolvimento de políticas públicas para a cidade do Rio de Janeiro, valorizando iniciativas na defesa dos direitos sociais e no desenvolvimento econômico e social da cidade.
“A Fiocruz atua com base no tripé ciência-saúde-educação. Esse plano de cooperação significa um salto de qualidade para as duas instituições, que são centrais no Brasil. Nosso objetivo é defender o SUS e a educação pública de qualidade. Além disso será possível reforçar parcerias, consolidar redes de pesquisa e compartilhar plataformas tecnológicas”, afirmou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade.
O reitor da UFRJ, Roberto Leher, destacou que a parceria poderá otimizar recursos. “Queremos trabalhar em conjunto, beneficiando a sociedade, sem demandar novos recursos financeiros. Um pesquisador da Fiocruz não precisará comprar um aparelho de ressonância já existente na UFRJ, por exemplo. Temos uma infraestrutura tecnológica muito significativa, com supercomputadores e microscópios eletrônicos”, explicou.
A parceria amplia a possibilidade de novos resultados em terapia celular e bioengenharia, biofísica, medicina e mudanças climáticas, entre outras áreas. Também aumenta a chance de maior cooperação em estudos e controle de doenças como Aids, malária, tuberculose, Chagas, esquistossomose, sarampo, hepatites e doenças negligenciadas.
Eixos temáticos definirão linhas de atuação
Ensino, pesquisa, extensão universitária e assistência à saúde são os princípios norteadores do plano. Na área de pós-graduação, o objetivo é ampliar a coorientação envolvendo as duas instituições e instituir a dupla diplomação, que permitirá a emissão de diplomas assinados ao mesmo tempo pela UFRJ e pela Fiocruz.
Com objetivo de discutir a conjuntura política e econômica do país, serão promovidas avaliações periódicas de cenário e ações de extensão serão ampliadas, principalmente nas comunidades vizinhas aos centros de pesquisa. Um dos destaques será a utilização do Parque Tecnológico da UFRJ para desenvolvimento de fármacos, por meio do Centro de Referência Nacional em Farmoquímica, uma parceria com o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), já em fase de implantação.