Encerrando o ciclo de painéis e palestras do 5º CIMES, a sessão “Fontes e modelos para investimentos de inovação” apresentou diferentes opções para o setor de saúde que trabalha a vertente da inovação e busca desenvolvimento contínuo. Moderada por Ruy Baumer, da SINAEMO, as palestras foram realizadas ao longo da tarde desta sexta-feira, 19, e deram um norte aos participantes. “É exatamente em épocas de crise que precisamos inovar para enfrentar os obstáculos internos e externos com o intuito de ganhar mercado”, comenta Baumer na abertura da agenda.
Arthur Hutzler, da Trigger, empresa de participações e consultoria estratégica, trouxe ao debate informações específicas a respeito de como os fundos de participação trabalham no fomento de empresas de inovação. “Fundo de participação é um modelo onde o próprio nome já diz, a empresa recebe um sócio, alguém que vai ter uma parte da sociedade. Fundo não é fomento, não é financiamento. O fundo, em qualquer estágio em que se encontre, vai enriquecer o ambiente, ajudar na gestão, prover governança, trazer capital juntamente a uma estrutura mais profissionalizada”, comenta.
Na sequência, José Luís Gordon, da EMBRAPII – Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial, abordou a necessidade de inclusão de um sistema que esteja antenado integralmente às necessidades do setor. “Em 2014 o Brasil ocupava o 61º lugar no ranking de inovação. Em 2015 caímos para a 70ª posição. Por que não está dando certo? Por que não conseguimos impulsionar a capacidade de inovação do país?”, questionou antes de apresentar a EMBRAPII como uma empresa voltada a ajudar o setor empresarial a melhorar e encurtar esse gap que ronda o processo de por antecipar parte dos recursos para o custeio da unidade na contratação de projetos com a indústria.
Fundamental para ampliar o debate sobre modelos de investimento, a presença do BNDES esclareceu algumas dúvidas que assombram o segmento de saúde. Edson Moret apresentou em detalhes o BNDES – Soluções Tecnológicas, produto financeiro que visa apoiar o mercado de comercialização de soluções tecnológicas no país, concedendo financiamentos à aquisição de soluções e auxiliando na consolidação de um canal de comunicação entre compradores e fornecedores. “O objetivo é ligar a oferta com a demanda. É um produto que não está voltado à pesquisa, mas sim à comercialização das produções tecnológicas, dos serviços”, afirma.
Reconhecido pelo apoio à pequena e média empresa brasileira, o Sebrae também marcou presença na palestra com apresentação de Agnaldo de Almeida Dantas. Atuando em duas frentes, o Sebrae está com inscrições abertas para um programa que oferecerá um total de R$ 20 milhões em recursos para fomento de desenvolvimento tecnológico e/ou encadeamento tecnológico. Desse montante, 20% serão destinados exclusivamente às empresas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste brasileiros, mais carentes de recursos e investimento na área. “Os resultados e aprovações devem ser divulgados até 16 de dezembro para que os projetos comecem a ser contratados em janeiro de 2017”, sinalizou Dantas.
Da plateia, Paulo Henrique Fraccaro e Márcio Bósio contribuíram com o debate. “Quando analisamos as fontes de financiamento que temos disponíveis no Brasil, que são escassas, vemos que conseguimos financiamento para colocar a ideia em prática, para montar a empresa. Mas para vender é necessário o investimento em uma estrutura comercial para planejar o futuro da empresa. Por isso, boas ideias muitas vezes são vendidas e levadas adiante. Falta um tipo de projeto que ensine a empresa a nascer, crescer e caminhar com as próprias pernas”, comenta Fraccaro. “No setor da saúde, é preciso compreender que o custo dobra ou triplica quando comparado a outro setor. A saúde tem essa particularidade”, finaliza Bosio.
Ao início deste painel, Paulo Henrique Fraccaro prestou uma breve homenagem a Knud Sorensen, vice-presidente do setor odontológico da ABIMO falecido em maio deste ano.
Fonte: ABIMO/Dehlicom