Seis unidades federais no estado realizaram mutirões de consultas e cirurgias entre fevereiro e abril desta ano
O tempo de espera nas filas para cirurgias em seis hospitais do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro caíram 27% entre fevereiro e abril. Os mutirões de consultas e operações foram direcionados aos procedimentos pediátricos, oftalmológicos de catarata, de hérnia, de vesícula, além de procedimentos cirúrgicos de dermatologia (como biopsias).
A espera nos seis hospitais foi reduzida de 16.924 para 12.372 cirurgias nos quatro primeiros meses do ano. Com isso, a redução real foi de 4.552 procedimentos cirúrgicos. A redução só não é maior porque a fila é dinâmica – enquanto pacientes entraram em cirurgia no primeiro quadrimestre, milhares de outras consultas de pacientes cirúrgicos foram encaminhadas à rede federal.
“Eu fiquei realmente na expectativa de que me chamassem para a cirurgia. Chegaram a marcar e, para minha surpresa, anteciparam em um mês a data”, conta o comerciário Sérgio Cosme Alves Valente, 75 anos, paciente de câncer de pele, que retirou no Hospital Federal do Andaraí (HFA) múltiplos tumores em março.
No setor de cirurgia plástica do HFA, os 11 médicos chegaram a realizar cirurgias extras aos sábados para reduzir a espera formada por pacientes de dermatologia encaminhados pelo município. “Eu estava muito preocupado, mas me chamaram rápido. Na cirurgia, o médico colocou uma música, me acalmou”, elogia o motorista aposentado Domingos Pereira de Oliveira, 66, que também se recupera de câncer de pele.
Aumentos dos atendimentos
Nos quatro primeiros meses do ano, os seis hospitais federais aumentaram em 16% as consultas ambulatoriais, em comparação ao mesmo período do ano passado – chegaram, ao todo, a 272.994 consultas.
Houve aumento, também, de 10% nos atendimentos de emergência (39.940) e de 9% nas cirurgias (15.227).
“Já começamos o processo de especialização dos seis hospitais, com a consultoria do hospital Sírio Libanês, hospital de excelência de São Paulo, para qualificar os serviços e tornar mais eficiente o atendimento à população. Esse processo implica em uma redefinição dos perfis assistenciais das unidades federais. Queremos otimizar os serviços e suprir carências específicas”, afirmou o coordenador assistencial do Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde (DGH), Marcus Vinicius Dias.
O objetivo é que a otimização dos serviços cirúrgicos e assistenciais resulte na redução de custos e reorganização de recursos humanos. Novos mutirões são previstos no decorrer do ano na rede federal para reduzir a espera cirúrgica.