De acordo com um levantamento anual realizado pela EY (Ernst & Young), mais da metade de empresas brasileiras não possuem um programa de inteligência, ou possuem de forma informal contra ameaça. O estudo reuniu 1735 executivos C-level das áreas de Segurança da Informação e TI em todo o mundo, incluindo o Brasil. Ainda de acordo com a EY, mais de 70% dos entrevistados no País afirmam que as restrições orçamentárias são um desafio e 56% dizem que precisam de até 50% mais investimento.
Pouco mais da metade das empresas (59%) afirmam que mesmo que um de seus concorrentes seja atacado, não aumentariam seus investimentos contra ciberataques. Ameaças de malwares, pishing, ciberataques contra os sistemas financeiros ou roubo de dados e propriedade intelectual aliadas a vulnerabilidade interna das empresas como o descuido de funcionários com acesso não autorizado a dados relevantes são considerados os principais pontos de preocupação dos CIOs e demais C-levels.
De acordo com Sérgio Kogan, sócio de cibersegurança da EY, observar a cibersegurança como prioridade do negócio, auxilia na mitigação dos riscos das empresas no ambiente digital, permitindo conhecer o nível de exposição e riscos associados e facilitar a tomada de decisão dos executivos. “Para prevenção e segurança dos dados é recomendável que as empresas redobrem a atenção para a criação de processos maduros, principalmente para gestão de vulnerabilidade, gestão de mudança e gestão de patches, incluindo uma revisão de processos e políticas de backup, resposta a incidentes, e continuidade de negócio, além de identificar os ativos mais importantes da empresa e monitorar de forma proativa com a realização de testes do programa de segurança com exercícios de Red Team e/ou testes de invasão”, afirma.
Comparativo Global X Brasil
Item avaliado | Dados Globais | Dados Brasil |
Não possuem um Centro de Operações de Segurança | 44% | 63% |
Não possuem (ou possuem um programa informal) de inteligência de ameaças | 64% | 81% |
Aumentaram o orçamento para cibersegurança nos últimos 12 meses | 53% | 28% |
Empresas que tiveram algum incidente cibernético no ano passado, porém não conseguiram contabilizar o montante dos danos financeiros | 49% | 45% |
Classificam as informações pessoais identificáveis de clientes como as mais valiosas para os criminosos cibernéticos | 51% | 33% |
Globalmente, no setor de bancos e mercado financeiro, as principais fontes de ciberataques estão o crime organizado (67%) e hackativistas (52%) como ameaças externas e como vulnerabilidades internas o descuido de funcionários (67%) e colaboradores mal intencionados (51%). Nesse setor, a prioridade na área de segurança da informação é a prevenção de vazamentos e perda de dados (64%), processos de disaster recovery e continuidade dos negócios (54%) e gestão de identidades e acessos de usuarios (51%). Entre as empresas entrevistadas, 31% não planejam mudar o seu orçamento para segurança de dados nos próximos 12 meses.
No setor de tecnologia, as principais fontes de ciberataques estão as vulnerabilidades internas, com funcionários descuidados (69%) e funcionários mal intencionados (46%), já o crime organizado (55%) e hackativistas (46%) representam ameaças externas. Nesse setor, a prioridade na área de segurança da informação é nos processos de disaster recovery e continuidade dos negócios (54%), prevenção de vazamentos e perda de dados (53%) e capacidade de resposta aos incidentes (50%). Entre as empresas entrevistadas, 22% não planejam mudar o seu orçamento para segurança de dados nos próximos 12 meses.