O ano de 2015 foi marcado por importantes eventos internacionais sobre as principais questões que envolvem a arquitetura e engenharia dos ambientes de saúde. Arquitetos e engenheiros de todos os cinco continentes do mundo estiveram reunidos na cidade de Turku, Finlândia, para a realização de encontros que trataram de abordagens que resultarão em significativas contribuições para o futuro dos edifícios hospitalares.
Pela primeira vez na sua história de pouco menos de 100 anos como república (país que se tornou independente da Suécia em 1809 e da Rússia em 1917), a Finlândia organizou e realizou o VI Congresso Europeu de Engenharia Hospitalar (6th European Congress for Hospital Engineering). O tema escolhido foi “Melhor produtividade em ambientes de saúde com tecnologia” (Better productivity in healthcare with technology) em uma rara oportunidade de encontro sobe a atualidade das tecnologias de construção, gestão e manutenção dos edifícios para serviços de saúde.
O evento foi patrocinado pela Federação Internacional do Edifício Hospitalar (IFHE) que promovia também, dois importantes encontros com os representantes dos países associados. Atualmente são 45 países dos 5 continentes, sendo 10 países do continente americano: Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Costa Rica, Colômbia, Cuba, Estados Unidos, México e Uruguai.
Os dois eventos que precederam o Congresso foram a reunião do Comitê Executivo e o Encontro do Conselho da IFHE (IFHE Council Meeting). Dentre as discussões e decisões a serem realizadas estava a decisão sobre qual país e cidade realizará o próximo evento. Dois países disputaram esta condição de anfitrião: Brasil e Estados Unidos. O Brasil realizará o evento em agosto de 2017 na cidade do Rio de Janeiro
Durante o Congresso diversos assuntos mereceram destaque e o respectivo interesse de quem lida com a arquitetura e engenharia dos edifícios para serviços de saúde.
– Centros cirúrgicos modulares projetados e construídos por uma empresa da Alemanha e com ampla utilização na Europa. Discutindo também a ampliação das salas cirúrgicas que eram projetadas com dimensões bastante inferiores no século passado (o regulamento do Brasil, RDC 50/2002, ainda define salas cirúrgicas de 25 a 40 m2) e que atualmente necessitam de 70 m2 ou mais, face aos equipamentos e mobilidade no espaço interior.
– Projeto e manutenção de salas limpas como um desafio projetual em todo o mundo, assim como no Brasil, e que em seu principal componente de dificuldade nos processos e custos de climatização, ventilação e manutenção do sistema.
– Parcerias entre instituições hospitalares, públicas e privadas, e respectivas empresas fabricantes de equipamentos de alta tecnologia que podem ajustar a sua produção a necessidades intermediárias de serviços de saúde. Cidades e regiões que podem absorver tecnologias intermediárias em detrimento de disputar a mais sofisticada e contemporânea inovação tecnológica.
– A influencia da infecção hospitalar no planejamento e construção de hospitais mereceu abordagens de diversos pesquisadores e foi um dos pontos principais na relação de atenção com a segurança do paciente.
– Paredes modulares pré-fabricadas para salas cirúrgicas com instalações desenvolvidas de modo a permitir a facilidade de ajustes, alterações e manutenção. As concepções apresentadas incluíram também soluções pré-fabricadas para piso e para o teto onde as fixações do sistema de climatização e dos focos cirúrgicos representam sempre problemas significativos no processo de planejamento e de execução da obra.
– Os aspectos que envolvem a montagem de um hospital com vistas ao seu início de funcionamento são sempre carregados de fortes tensões das relações humanas entre os profissionais, preocupações quanto à efetividade dos equipamentos, ambientes, fluxos e os respectivos resultados assistenciais. Estes temas foram os objetos de discussão e de importantes ajustes nas alterações físicas no Hospital Universitário da cidade de Turku, Finlândia. Uma aula para todos os planejadores e gestores hospitalares.