Gestores de hospitais têm papel fundamental na redução do número de óbitos
A sepse é um dos grandes desafios enfrentados pelas instituições de saúde. De acordo com um estudo feito pelo Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), a expectativa de ocorrência de sepse no Brasil vai de 400 a 500 mil casos por ano. A mortalidade desses pacientes na UTI é de 55%, portanto de 200 a 240 mil pessoas chegaram ao óbito em decorrência dessa complicação.
Uma gestão que se preocupa com a segurança do paciente e a qualidade no serviço oferecido tem maior chance em reduzir esse número, conforme explica Maria Carolina Moreno, superintendente da ONA. “É muito importante que os hospitais desenvolvam o protocolo de sepse e busquem sempre a melhoria contínua. Além disso, o gestor deve engajar sua equipe afim de que as decisões sejam tomadas em tempo hábil. Uma equipe preparada e focada no paciente consegue ter melhores resultados”, afirma.
Para evitar que uma infecção já estabelecida progrida para sepse, deve-se diagnosticar precocemente a infeção e trata-la de forma adequada, de acordo com a Flávia Machado, coordenadora geral do Instituto Latino Americano de Sepse.
“Além do problema da sepse adquirida na comunidade, no Brasil temos muita infecção hospitalar devido à falta de controle no uso de antimicrobianos e a medidas de prevenção que não são feitas da forma adequada. Entretanto, o que mais chama atenção na comparação do Brasil com outros países não é a incidência, ou seja, o número de casos por ano, mas sim a mortalidade”, explica.
Ela menciona ainda a boa evolução dos casos de sepse em hospitais que possuem cultura de segurança do paciente e no controle da qualidade. “Os hospitais que estão envolvidos em programa de melhoria de qualidade, principalmente em termos da implementação de protocolos específicos para sepse, com certeza conseguem reduzir a ocorrência de casos mais graves. Muitos hospitais claramente reduziram a mortalidade depois da implementação de protocolos de sepse baseados em detecção precoce, ou seja, na presença dos critérios de resposta inflamatória e de disfunção orgânica”, garante Flávia.