A atual crise político-econômica que o país se encontra acarreta diversos impactos para a saúde dos brasileiros. Com o desemprego em alta, crescem as dificuldades enfrentadas para pagar a conta de hospitais privados e dos planos de saúde. Nesse cenário, “a saúde é uma das primeiras coisas que pode acabar”, reflete o filósofo Luiz Felipe Pondé sobre as consequências do momento de instabilidade pelo qual o Brasil passa. “Hoje a saúde é muito cara, justamente pelo fato de estar se desenvolvendo muito. Portanto, qualquer crise econômica afeta diretamente o setor”.
Para o filósofo, os efeitos dessa turbulência geram estresse à população. “Até casamentos se desmancham por causa do dinheiro”. Nesse sentido, a saúde é uma das primeiras áreas a sofrer com os cortes de gastos dos cidadãos.
Já sobre a polêmica proposta de pôr fim às isenções a entidades filantrópicas, Pondé acredita que, neste caso, existe um problema de gestão financeira. “Acho que uma das poucas funções que Estado não pode perder está nas associações filantrópicas, que completam o atendimento à saúde pública”.
“Acredito que, de repente, deveriam tirar a filantropia das igrejas e não de instituições como essas. Parece-me que atacar essas entidades acontece, simplesmente, por elas serem mais fracas em termos de lobby”, critica Pondé.