Análise e levantamento de dados feitos pela Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) sobre o ano de 2016 revela que o setor de serviços de laboratório de análises clínicas (denominado oficialmente como “serviços de complementação diagnóstica e terapêutica” perante o IBGE), que compra os produtos das associadas da CBDL, não passou imune à crise econômica que acomete o país. Porém, ainda conseguiu gerar, no período de janeiro a dezembro de 2016, 4.747 novos postos de trabalho. Se em dezembro de 2015 computava 231.171 contratações diretas e indiretas, no mesmo mês de 2016, acumulava 235.918 postos de trabalho, ou seja, um crescimento de 2,1%.
O presidente-executivo da CBDL, Carlos Eduardo Gouvêa, comenta que o mercado de distribuição de testes e kits para diagnóstico in-vitro, teve um recuo de -4,0% . Os preços de exames laboratoriais ficaram aquém da variação do IPCA no período, alcançando apenas 4,4%, enquanto o índice geral foi de 6,3%.
O dirigente atribui o crescimento no volume de 1.289 vagas geradas no setor no comércio atacadista de instrumentos e materiais para uso médico, cirúrgico, ortopédico e odontológico, onde se inserem as associadas da CBDL, à expectativa de melhoria no ambiente de negócios para 2017. “O impacto gerado pelas mudanças na economia, principalmente a expectativa de estabilidade cambial e a inflação sob controle, geram um ânimo positivo levando a contratações de pessoal especializado, cujo treinamento e capacitação leva tempo”, afirma.
Gouvêa informa ainda, que as importações brasileiras entre janeiro de dezembro de 2016 tiveram uma queda de 8,2%. “Em dezembro de 2016 elas atingiram US$ 1,39 bilhões contra US$ 1,5 bilhões em 2015”.
Ele explica que o mercado teve uma retração muito grande por conta da grande recessão que afetou os Estados. Além disso, deve-se considerar que o mercado de saúde é muito dependente de licitações – que acabaram não ocorrendo ou mesmo ficando desertas (sem ofertantes) por conta da inadimplência generalizada de muitos entes da Federação.
2017
Sobre as perspectivas para esse ano, o presidente-executivo da CBDL observa que há sinais bem positivos que indicam uma retomada econômica. Todavia, faz-se necessário a discussão de forma séria sobre as reformas tributária e trabalhista por parte do Congresso, além de uma simplificação de questões regulatórias que hoje travam o setor de produtos para saúde.
“Um setor de produtos para saúde que possa trabalhar com foco no paciente, trazendo inovação – com segurança, menos burocracia e maior rapidez, acaba beneficiando todo o sistema. Ferramentas como a Tecnologia da Informação (TI), se aplicadas na gestão do sistema em áreas como rastreabilidade, controle de estoque e gestão de dados do paciente, poderão ajudar ainda mais a alavancar o setor, reduzindo significativamente os custos de saúde pública”, conclui Carlos Eduardo Gouvêa.