Foram quatro dias de atividades intensas e um conteúdo idealizado para atender às expectativas de profissionais do segmento hospitalar; que trouxessem respostas a perguntas sobre gestão, administração, tecnologia e como atuar nos próximos anos tendo o ambiente digital como pilar nos negócios e sustentabilidade das instituições.
Palestras conduzidas por CIOs, CEOs, chairman, diretores, PhDs de dentro e fora do País, todos dispostos a compartilhar conhecimento, experiências, fazer networking e, sobretudo, agregar valor ao desenvolvimento e condução de atividades na área de saúde.
O conteúdo do HIMSS@Hospitalar foi dividido em oito verticais principais: Innovation Solutions for Hospital Chain; Venture Capital Supporting eHealth Revolution; TeleHealth, Med-Devices and Health; Consumerization Healthcare; Healthcare Privacy & Security; Health Interoperability Challengers; EHR – New Generation & Best Implementations; e Pharma Demand-driven. Além disso, em uma terceira sala, serão apresentadas palestras contextuais desenvolvidas para fazer a fusão de interesses das demandas do mercado com a tecnologia nacional.
A CEO da Healthcare UK, Deborah Kobewka, apresentou informações sobre o primeiro país a garantir o acesso universal à saúde para seus cidadãos e falou sobre como o Brasil poderia adotar modelos de parceria público-privada como forma de contribuir para a reforma e melhoria do cenário atual.
O debate tecnológico na aplicação de 3D no ambiente de saúde foi tema no HIMSS@Hospitalar com o chefe da disciplina de telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Chao Lung Wen, que vê a impressora 3D mudando intensamente o uso da tecnologia dentro dos hospitais. “O segredo está no design da computação gráfica a serviço da saúde, e vale saber que até mesmo em impressoras a partir de R$ 8 mil é possível fazer protótipos de qualidade”, ressalta.
A presença holandesa no Fórum ficou a cargo do diretor-geral da Praktijk Index, Bas van de Veen, que é também cofundador da corporação que desenvolve produtos de informação para a gestão de cuidados de saúde, voltada para o uso sustentável de recursos de dados das organizações de cuidados de saúde na Holanda, que falou sobre como a inteligência artificial muda o hospital.
No segundo dia foi a vez de falar sobre Blockchain, ECM e EI. “No Brasil é uma questão de sobrevivência para hospitais que não conseguem implementar sistemas com registros estruturados e o Enterprise Content Management (ECM) surge como uma forma de alavancar as mudanças de forma mais rápida”, explicou o gerente de vendas da OnBase, Paulo César Alves Lima.
Dando sequência aos conteúdos do HIMSS@Hospitalar, a palestra sobre “Blockchain tecnology – Potential to Transform Healthcare”, ministrada pelo Dr. John Sotos, chief medical officer, da Intel Health & Life Sciences, trouxe luz sobre o seu potencial para transformar o cenário de saúde no mundo todo. “O Blockchain permite que as entradas digitais dos registros sejam distribuídas, fornecendo a infraestrutura necessária para um consenso sobre o status da transação, e toda e qualquer mudança em sua estrutura é detectada”, explica.
O GE Health Cloud, apresentado em uma das palestras do dia, projetado para ser um ecossistema de nuvem escalável, seguro e conectado para ajudar a gerenciar o volume, a velocidade e a variedade de dados de saúde, foi tema trazido pelo regional leader Digital Tecnologies da GE Healthcare, Marcelo Blois.
Já no terceiro dia, o HIMSS@Hospitalar Fórum trouxe à tona o Registro Eletrônico em Saúde (RES) e vulnerabilidade de sistemas de dados, assim como a necessidade de investir em
informação, treinamento e melhoria dos processos e sistemas.
“Com a disponibilização dos dados haverá, certamente, uma melhoria na gestão e nas políticas públicas”, afirma o diretor do Departamento de Monitoramento e Avaliação do SUS (DEMAS), Joaquim Costa, que conduziu a palestra “Status do Projeto de RES Nacional pelo Ministério da Saúde”. O executivo enfatizou a importância do sistema RES – Registro Eletrônico em Saúde para o compartilhamento de dados clínicos, redução e custos, rapidez e precisão no diagnóstico.
Na sequência, falando sobre “Os desafios na implementação de redes de troca de informação em saúde no Brasil”, Davi Souza Gonçalves, gestor de TI da Unimed Ceará explicou que no RES constam informações como dados demográficos e administrativos, ordens de medicação, exames, procedimentos, resultados de exames e imagens, documentos clínicos, alegrias, sumário de alta, procedimentos, agendamentos e outros. “O propósito central é aliar a informatização com a conectividade de modo a melhoras o registro clínico e a segurança do cidadão”, complementou Igor de Carvalho Gomes, do Departamento de Atenção Básica (DAB) /Secretaria de Atenção à Saúde.
Instigando os presentes, um os diretores do HIMSS, Michael Nusbaum questionava, em sua apresentação, se todos estavam estamos prontos para a interoperabilidade? Para Nusbaum, o elemento-chave para o sucesso e para reformar os cuidados básicos com a saúde é que a interoperabilidade seja disponível para ser utilizado em qualquer lugar do mundo e que seu desenvolvimento foque na visão e futuro, da interconectividade, onde o paciente está no centro do cuidado.
No debate “Como manter o CIO fora da primeira página”, estiveram presentes como speakers o CEO da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, Eduardo Queiroz, o diretor do Hospital da Unimed RecifeIII, Fernando Cruz, a CIO da Beneficência Portuguesa de São Paulo, Lilian Quintal Hoffmann e o CIO do Hospital São Camilo de São Paulo, Klaiton Simão. Moderados pelo membro da ABNT CEEIS-78 WG4, Luís Gustavo Kiatake, discorreram sobre a importância de antecipar-se a ataques cibernéticos que comprometem o atendimento a pacientes e a uma eficaz governança corporativa. “A preocupação com a segurança de dados no Brasil ainda é baixa e pode impactar na perda de recursos financeiros e até mesmo clientes”, pondera Queiroz. “A mancha na imagem é um dos principais problemas no curto prazo”, completa.
Fonte: Dehlicom