Como dar um passo à frente agora? Como administrar o próprio negócio? É preciso muito mais do que coragem, já que planejamento não será suficiente, para evitar os riscos. Mesmo tomando as devidas precauções, será que vale a pena empreender em um momento tão arriscado? Quem teria esta coragem?
Todos sabemos da crise econômica, causada pela pandemia, que o Brasil e o resto do planeta irão enfrentar. Mas, os empresários são os primeiros a sentir o impacto da diminuição da demanda de serviços, junto dos autônomos.
Enquanto muitos estão se adaptando para tentar minimizar os prejuízos, adiando projetos, existem aqueles que mais otimistas, em relação às perspectivas para a economia brasileira, freiam os avanços, repensam os passos, mas não desistem de seus projetos.
O empresário Fernando Vitali, que faz parte desse segundo time, diz não ter dúvidas de que isso vai passar: “Empreender no Brasil não é fácil, e empreender no meio dessa crise…” Complicado, explica o CEO da Slotyx, que acaba de lançar uma nova coleção de meias divertidas, bem no dia em que se foi decretada a pandemia mundial, mantendo assim o seu cronograma.
A hora certa pode ser esta
“O mercado brasileiro ainda é muito atrasado, muito retrógrado, muito travado. Mas, a minha vontade de empreender vem daí. Destas oportunidades que existem, de trabalhar para mudar o conceito do mercado. “Uma meia é rosa, então só mulher pode usar!” ou “sorvete, só se pode comer no calor”, enquanto no mercado lá fora, “meia rosa é para quem quiser usar e sorvete se come o ano inteiro”, enfatiza Fernando Vitali.
Crise x planejamento
Devemos viver um período conturbado. “Temos um planejamento, e acreditamos que poderemos manter. Fizemos renegociações com todos os nossos fornecedores, para não necessitar pedir prorrogação dos pagamentos ou faltar com os mesmos”, explica o CEO da Slotyx, quando questionado sobre ações futuras.
“Houve o investimento, víamos o Break Even, para final de julho, agora acreditamos que ele será possível somente após as vendas de final de ano, em um cenário de recuperação favorável “, explica ele, que apesar da crise que se arma no horizonte, pretende manter, junto com os sócios, o que foi inicialmente planejado.
De cara com a crise
“Claro que atrapalha bastante. Porque isso vai determinar o quanto eu posso negociar, com fornecedores e prestadores de serviço, por exemplo”, afirma o CEO da Slotyx, que se adaptou lançando esta semana, a sua coleção NEON de meias divertidas, ao invés de todas as coleções que estavam programadas. “Devemos viver um período conturbado. O problema não é o dia de amanhã, e sim, o de depois de amanhã, acredito que só a partir de agosto teremos alguma estabilidade na economia”.
Apesar do cenário e da alta do dólar, Fernando não cogitou adiar o lançamento. “Já vimos outras crises. Mas ninguém te prepara para a crise, que não só nosso país está vivendo, e sim o mundo todo. Crise essa que a grande maioria dos analistas, prevê como a maior dos últimos 50 anos, de dimensões parecidas com a de 1929, que entrou na história como ‘A grande depressão’, e para muitos um dos principais motivos que impulsionaram a 2° Guerra Mundial.”
Necessidade x Realidade
Os produtos da Slotyx não são bens essenciais e nem de necessidade, como quase todo produto de moda. São bens de compras por impulso, e pelo fato de a presença atual ser apenas através de e-commerce, o cliente tem tempo de pensar e repensar a sua compra. Estamos ouvindo direto, “não sei se amanhã terei emprego, porque gastaria R﹩ 25,90 (que é o valor das meias neons), com uma meia, se com isso posso pagar uma refeição?”
Por que não empreender?
Grande parte da cultura de empreender, de Fernando Vitali, vem dos países que já visitou e morou. “Foram 25 e se não fosse esta atual pandemia, seriam mais, muito mais, já estava com passagens compradas para visitar ao menos dois novos países”, diz.
Com um planejamento sólido e uma estratégia bem desenvolvida, o desafio é ainda mais significativo. Mesmo que fique mais difícil para os pequenos empresários tomarem decisões e planejar os próximos passos.
Identificando a crise
De um jeito prático e direto, significa que em tempos de crise existe menos dinheiro em circulação no mercado, já que as empresas vendem menos, o que aumenta o desemprego. Os consumidores cortam os itens supérfluos e são mais sensíveis a preço. Os hábitos de consumo das pessoas mudam.
“Com as pessoas receosas de ir às compras, já que não sabem sequer se terão emprego no dia de amanhã Consequentemente, irão gastar menos e, as empresas também terão menos caixa, pagando menos, iniciando dessa forma um ciclo desvirtuoso para a economia”, exemplifica Fernando Vitali.
Projeções e adversidades
O IBGE diz que 12,8 milhões de brasileiros seguem desempregados e 11,5 trabalhadores não têm carteira assinada. Caso a economia comece a apresentar sinais de instabilidade, a taxa de desemprego no Brasil deve subir no segundo trimestre.
Mesmo prevendo agora as adversidades, seja com o aumento de inflação, que pode resultar em aumento dos custos fixos, ou na variação do câmbio, mesmo que assim cresça a incerteza econômica, as empresas devem diminuir os seus investimentos, mas, a Slotyx pretende crescer e conquistar mercado.
Vamos em frente
“Caso a crise dure de 2 a 3 meses acreditamos que poderemos manter o nosso planejamento inicial. Mas, infelizmente precisei fazer uma segunda demissão no quadro de funcionários”, lamenta o CEO.
E agora, como fazem 3 amigos que tinham um sonho, investiram tempo e dinheiro, para tornar esse sonho realidade. Você programa a inauguração de sua marca, pelos últimos 09 meses, para que tudo seja perfeito, e nesse dia o COVID-19 vira uma PANDEMIA, e agora como é que se faz?