A Avera presta serviços de telemedicina para uma área de quase 900 mil quilômetros quadrados atualmente, com planos de dobrar a área de cobertura ao longo dos próximos 2 anos.
O senhor pode compartilhar conosco algumas percepções sobre os avanços tecnológicos e as inovações mais recentes em assistência à saúde domiciliar da Avera Health?
Dr. Donald Kosiak (DK): A Avera eCARE se concentrou largamente nas práticas clínicas e hospitalares da medicina no espaço da telemedicina nas duas primeiras décadas de existência. Começamos a articular domicílios e locais não tradicionais nos últimos anos. Um exemplo é o coaching em saúde, que utiliza aplicativos móveis para atingir as metas de saúde para obesidade e diabetes. Outro exemplo é o uso de aplicativos diretos ao consumidor para necessidades de atendimento de urgência a partir de qualquer dispositivo com base na Web ou aplicativo móvel. Além disso, começamos a prestar assistência em ambientes não tradicionais, como visitas de enfermagem nas escolas por meio de telemedicina para ajudar a apoiar a administração local.
Começamos também a desenvolver uma equipe de transição para nos concentrarmos nos membros mais vulneráveis da nossa população, os idosos. Criamos uma equipe de geriatras, farmacêuticos, clínicos e enfermeiros para facilitar a transição do hospital para o domicílio, especialmente quando o domicílio é uma unidade de enfermagem qualificada ou unidade de assistência de longo prazo. Isso nos permite administrar mais estreitamente suas necessidades imediatas com uma equipe de assistência especializada para mantê-los saudáveis e fora do hospital. Chamamos o programa de eLTC. O eLTC conecta os residentes de assistência de longo prazo aos prestadores de serviços do hospital virtual Avera eCARE usando uma tecnologia de telemedicina audiovisual e bidirecional. Com a ajuda do pessoal da unidade, o eLTC pode avaliar com precisão as condições dos residentes a centenas de quilômetros de distância.
O senhor pode compartilhar conosco alguns dos principais desafios encontrados em programas de telemedicina?
DK: A telemedicina tem sido uma ótima ferramenta para o cuidado dos pacientes. A Avera está envolvida nesse espaço desde o início da década de 1990. Isso nos possibilitou encontrar muitas “melhores práticas” desde os anos de teste. O maior desafio, surpreendentemente, não é a tecnologia. Hoje, nós nos conectamos com pessoas do mundo todo sem muito pensar. O maior desafio é a gestão da mudança, ou seja, ajudar os pacientes e profissionais de saúde a aprender a fazer coisas de maneiras novas e inovadoras. O segundo maior desafio é o licenciamento e credenciamento dos profissionais da área médica quando eles começam a atravessar as fronteiras. O processo de enfrentar os desafios regulatórios da prática médica enquanto amplia-se a plataforma de telemedicina certamente limitou sua adaptação e seus casos de uso.
Reconhecendo a proporção elevada de áreas rurais na América Latina, quais são algumas das estratégias de TI comprovadas que o senhor acredita podem ajudar a América Latina a prestar assistência à saúde de alta qualidade para todos?
DK: A Avera começou na telemedicina muitos anos atrás por causa dos desafios de cuidar dos nossos pacientes rurais. As grandes distâncias entre os hospitais e especialistas começaram a afetar a qualidade do atendimento que poderia ser oferecido. A Avera decidiu que a geografia não deveria ditar a qualidade do atendimento ou o acesso aos profissionais da área médica. A telemedicina foi uma das ferramentas a apoiar essa meta.
A Avera presta serviços de telemedicina para uma área de quase 900 mil quilômetros quadrados atualmente, com planos de dobrar a área de cobertura ao longo dos próximos 24 meses. Isso nos impõe vários desafios para alcançar as áreas rurais e fronteiriças. Prestamos serviços para alguns dos pacientes mais graves de UTI e pronto atendimento nessa grande área. Apoiamos o profissional da área médica local com planos de assistência e planejamento logístico. Fazemos isso por meio de unidades fixas e móveis localizadas nos estabelecimentos médicos. Apoiamos ainda muitas clínicas rurais, proporcionando consultas com médicos especialistas na comunidade em que os pacientes residem, visando eliminar algumas das viagens necessárias para prestar assistência especializada e avançada. Finalmente, temos ofertas diretas ao consumidor que permitem a qualquer paciente com um navegador de Internet ou smartphone acessar um profissional da área médica “sob demanda” para questões de menor urgência.
Do que o senhor vai tratar durante sua apresentação na Conferência Latino-Americana da HIMSS?
DK: Em primeiro lugar, gostaria de agradecer à HIMSS América Latina pelo convite. Vou discutir os vários casos de uso e as melhores práticas da telemedicina que desenvolvemos em todo o mundo. Vou compartilhar algumas armadilhas e sucessos comuns que podem ser enfrentados no início e no desenvolvimento de um programa de telemedicina. Vou falar sobre o impacto financeiro e clínico desses programas. Finalmente, vou falar sobre os usos futuros da telemedicina que estão logo além do horizonte.