Dois procedimentos inauguram os cuidados com a saúde ocular na vida dos bebês: o uso de nitrato de prata a 1% e o teste do olhinho. O primeiro tem como objetivo prevenir a conjuntivite gonocócica, causada pela bactéria gonococo, que pode ser transmitida de mãe para filho durante o parto. Quando não tratada, essa doença pode provocar complicações sérias, inclusive cegueira. Já o teste do olhinho é um exame essencial para identificar distúrbios oculares. “O teste do reflexo vermelho é fundamental, pois permite detectar alterações na retina e até tumores oculares no recém-nascido, como o retinoblastoma”, explica o oftalmologista do Hospital CEMA, Omar Assae.
O uso de nitrato de prata a 1% é obrigatório em todos os recém-nascidos desde 1977, e reduziu drasticamente a ocorrência de conjuntivite neonatal, infecção mais comum nas primeiras quatro semanas de vida. “O colírio, nesse caso, deve ser administrado no prazo máximo de até uma hora após o parto. Ele previne a conjuntivite gonocócica e gera apenas uma desconforto aos olhos do bebê”, detalha o especialista. Embora em alguns casos, a instilação possa desencadear a conjuntivite química, essa condição desaparece espontaneamente em 24 horas.
As conjuntivites neonatais ocorrem, principalmente, por que há contato do bebê com bactérias presentes na região genital da mãe, no momento do parto. Caso a mulher tenha doenças, tais como clamídia e gonorreia, ela pode passar para o recém-nascido. “Essas conjuntivites surgem no primeiro mês de vida e podem levar à cegueira. Toda conjuntivite neonatal precisa receber tratamento imediato. Outra medida necessária é avaliar e tratar também a mãe e seu parceiro”, diz o oftalmologista do CEMA. Entre os principais sintomas de que há algo errado com os olhos do bebê estão a vermelhidão, inchaço das pálpebras e a presença de secreção purulenta nos olhos.