Queda histórica da Bolsa de Valores no acumulado do mês de março e circuit breaker acionado diversas vezes em um curto espaço de tempo. As últimas semanas foram de muitas emoções para os investidores, principalmente os mais de um milhão que entraram na bolsa depois de 2017, impulsionados pelo crescimento e excelentes resultados do Ibovespa nos últimos anos.
Agora, com o cenário incerto, muitos desses novos investidores se questionam sobre o que fazer com suas ações. A baixa seria o melhor momento para vender as ações e fugir de outras possíveis quedas e perdas?
“Costumo utilizar o carro como um exemplo muito prático nas minhas conversas com investidores”, afirma Eliseu Hernandez, economista e assessor de investimentos da BlueTrade, uma das cinco maiores operações da XP Investimentos. De acordo com ele, se o carro custa R$ 70 mil, faz sentido vendê-lo por R$ 28 mil? “O que eu já escuto de todos é: ‘claro que não’, afinal se a pessoa não está precisando vender o veículo no momento, porque ela faria isso e ainda por um valor muito mais baixo? O mesmo pensamento dever ser aplicado quando falamos em investimentos”, explica.
Hernandez reforça que os investidores que entraram na bolsa de valores e já contam com reserva de emergências e diversificação de investimentos não devem se preocupar e correrem riscos desnecessários, ao venderem as ações a preços baixos.
“As suas atitudes em momentos de crise são as que definirão suas finanças. Lembre-se de que o investimento em ações deveria ser algo de mais longo prazo, para que você não fique sujeito às perdas momentâneas do mercado. Apesar dessa ser uma crise de alto impacto, sabemos que historicamente as recuperações também são bastante significativas”, destaca o assessor de investimentos.
Para aqueles que querem se aventurar no mercado de ações e aproveitar o momento dos preços baixos, Hernandez lembra novamente sobre a importância da reserva de emergências e dá outras dicas.
“Esteja capitalizado, tenha o mínimo de conhecimento sobre a bolsa de valores e não tenha prazo para se desfazer dos ativos. Se possível, conte com o auxílio de um assessor de investimentos. Este pode ser sim um momento de grandes oportunidades, porém é preciso cuidado para que essa possível oportunidade não se transforme em um tombo”, finaliza.