Durante a gravidez, uma das fases mais importantes da vida da mulher, ocorrem muitas transformações físicas e hormonais necessárias para que seu corpo seja capaz de gerar uma nova vida. Acontece que essas mudanças, muitas vezes, podem vir acompanhadas das temíveis estrias, que afetam a autoestima e podem se tornar permanentes. Para evitar esses efeitos indesejados, é muito importante dedicar atenção à pele e manter hábitos saudáveis regulares durante os nove meses de gestação e após o nascimento do bebê. Isso porque as estrias aparecem em até 90% das mulheres durante a gravidez, de acordo com estudo publicado pelo Journal of Family Medicine and Primary Care. Elas surgem devido às alterações cutâneas significativas e complexas, principalmente perto da 25ª semana de gestação, quando o útero chega a quadriplicar de tamanho.
Uma das principais transformações que a gravidez traz ao corpo da mulher é o estiramento da pele, devido ao ganho de peso. Por isso, para a Anita Rotter, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), durante a gestação é extremamente importante o cuidado preventivo, o que inclui cuidados com a alimentação, exercícios físicos sob orientação e, ainda, a utilização de hidratantes com eficácia comprovada na prevenção de estrias.
Entendendo as estrias
As estrias são como cicatrizes que se formam devido à ruptura das fibras elásticas e de colágeno, que ocorre após estiramento da pele. “Quando a estria aparece, é sempre desconfortável para a paciente, pois é para a vida toda. Por isso, estimulo o cuidado e os tratamentos preventivos”. A médica ainda afirma que “estrias recentes são vermelhas e apresentam melhor resultado no tratamento, diferentemente das estrias brancas, que são permanentes”. Também é importante ressaltar que dentre as causas, estão fatores genéticos e sobrepeso. Por esse motivo, muitos especialistas recomendam loções preventivas específicas com ativos seguros e efetivos para o período, a fim de melhorar a elasticidade da pele.
Consequências que as mudanças podem trazer
Casos de depressão também podem ocorrer nesse período, quando a mulher não se adapta bem às mudanças físicas e emocionais trazidas pela gravidez. “Quando o quadro é grave e sinto que há necessidade, encaminho a paciente para acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico. Sempre procuro esclarecer que as mudanças são normais e esperadas, mas que a mulher precisa se manter equilibrada e encontrar atividades que a mantenham calma e relaxada, trazendo bem-estar. Atividades de lazer, exercícios físicos e práticas de relaxamento são boas dicas para que a gestante se mantenha de bem consigo mesma”, afirma a ginecologista Thalita Russo Domenich, médica-assistente da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.
A especialista acredita que a autoestima é importante em todas as fases da vida e finaliza: “em primeiro lugar, a mulher precisa sentir-se bem consigo mesma, para estar bem com os outros e viver bem.”