Pesquisadores da IBM anunciaram recentemente que está testando o uso de ferramentas de computação cognitiva para ajudar médicos a diagnsticar melanomas – tumores malignos na pele.
De acordo com a equipe, câncer de pele é o tipo de câncer mais comumente diagnosticado nos EUA. A cada ano, o país identifica 5 milhões de casos, o que gera um custo de US$ 8 bilhões ao sistema de saúde pública. Os melanomas são os casos mais perigosos desse câncer, e causam mais de 9 mil mortes por ano. Quando ele é diagnosticado cedo, a chance de sobrevivência é maior que 98%; no entanto, se ele se espalha até o sistema linfático, a chance cai para menos de 16%.
Olho clínico computacional
Para detectar casos de câncer de pele, os dermatologistas usam uma técnica chamada dermoscopia, que gera imagens detalhadas sobre pintas e manchas na pele dos pacientes. Com base nas imagens, eles pedem uma biópsia (a remoção de um pequeno pedaço da pinta ou mancha para identificação em laboratório). No entanto, os dermatologistas costumam ser muito cuidadosos: são feitas cerca de 9 biópsias para cada melanoma descoberto.
A ferramenta da IBM tem o objetivo de ajudar os médicos nesse processo. Usando um dermoscópio acoplado a uma câmera de celular, os dermatologistas podem tirar uma foto do que querem analisar e enviá-la para a ferramenta, que então daria a sua opinião. Em entrevista ao ZDNet, Noel Codella, um dos pesquisdores da IBM envolvidos nesse trabalho, disse que o recurso é “uma ferramenta que ajuda os médicos a dar um diagnóstico, e não algo que já dá o diagnóstico diretamente”.
“Médicos conseguem detectar melanomas com bastante antecedência, mas ir até um dermatologista é caro, e dermatologistas nem sempre estão disponíveis em todas as regiões”, disse Codella. A pesquisa da IBM sobre a novidade foi publicada em um artigo científico no Arxiv.
Em treinamento
O sistema da IBM foi treinado em identificação de lesões malignas da pele com a base de dados ISIC (International Skin Imaging Colaboration), que é o maior conjunto de imagens dermoscópicas disponíveis. Nesse conjunto de imagens, de acordo com a IBM, o desempenho de sua ferramenta foi igual ao de oito especialistas.
No entanto, a empresa reitera que o sistema ainda está em treinamento. Por enquanto, ele teve acesso a cerca de 3 mil imagens de lesões, o que signfica que o nível de experiência dele é semelhante ao de um estudante de medicina. A empresa pretende continuar treinando o sistema com mais imagens conforme elas sejam disponibilizadas.
Com a ferramenta, haveria em tese a possibilidde de criar um aplicativo para que pacientes fizessem o exame sem a ajuda de médicos. No entanto, Codella acredita que “há diversas preocupações” a serem consideradas antes de tomar uma medida desse tipo. “Não seria bom lançar uma ferramenta que acalme desnecessariamente [os pacientes]”, considerou.
Fonte: Olhar Digital