O Brasil vive a pior crise hídrica de sua história, o que leva órgãos públicos, instituições e empresas a pensarem seriamente em ações para reduzir o consumo de água. Cinco anos atrás, quando o desafio da redução do consumo de água não fazia parte da agenda da imensa maioria de instituições e empresas, a Funfarme – Fundação Faculdade Regional de Medicina de São José do Rio Preto começou a adotar uma série de medidas e realizar investimentos para reduzir o consumo. O resultado é impressionante: as duas instituições hospitalares que compõem o complexo Funfarme – o Hospital de Base de Rio Preto (HB) e o Hospital da Criança e Maternidade (HCM) – economizam 4,5 milhões de litros de água por mês, o que corresponde ao volume de quase duas piscinas olímpicas ou ao consumo de 22.500 pessoas num dia.
Se não fossem tomadas as medidas nos últimos cinco anos, a Diretoria da Funfarme estima que o HB, o HCM e todo o complexo hospitalar estaria consumindo 27,3 milhões de litros, em vez dos 23,1 milhões atuais.
REDUÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA NA FUNFARME
4,5 milhões de litros de água = 2 piscinas olímpicas = consumo de 22.500 pessoas/dia.
HB e HCM têm consumo de água menor do que outros hospitais especializados e de ensino
Como consequência, o HB e o HCM apresentam um consumo médio de água por paciente abaixo da média de hospitais especializados e conveniados a universidade e faculdades no Estado, de acordo com o último levantamento do governo de São Paulo. O consumo médio no HB e HCM é de 1.100 litros/paciente, enquanto o de hospitais vinculados a universidades é de 1.620 litros, de hospitais especializados, de 1.540 litros e de vinculados a faculdades, de 1.250 litros.
Redução do consumo é resultado de investimentos e maior eficiência
Além da preocupação com a sustentabilidade do planeta, outro motivo importante levou a Diretoria da Funfarme a assumir o desafio de reduzir o consumo de água no complexo hospitalar: a busca incessante pela eficiência, com a consequente diminuição de custos. “Nossa gestão objetiva tornar a instituição cada vez mais eficiente, em todos os aspectos, pois as verbas são escassas, ao mesmo tempo em que precisamos investir sempre para melhorar nossa infraestrutura hospitalar e deter a mais alta tecnologia e profissionais capacitados para oferecer atendimento e serviços de qualidade”, afirma Dr. Horácio José Ramalho, diretor-executivo da Funfarme, destacando que 85% dos pacientes atendidos pelo HB e HCM são usuários do SUS.
Os investimentos na modernização de equipamentos e obras de infraestrutura totalizaram 600 mil reais e resultaram numa economia de 120 mil reais por ano na conta de água.
Entre as dezenas de ações adotadas para obter-se esta redução significativa, a Área de Engenharia da Funfarme destaca quatro, desde ações mais complexas, como a mudança do sistema hidráulico da lavanderia até simples medidas, como a manutenção de descargas e registros:
1) Na lavanderia, por onde passam 6 toneladas de roupas por dia, foi instalado um sistema hidráulico de reaproveitamento da água do último enxague que, semi-limpa, é armazenada e reutilizada na próxima lavagem.
2) Foram substituídas as máquinas do sistema de vácuo medicinal, que consumiam 1 milhão de litros por mês por equipamentos novos, mais eficientes.
3) Novas autoclaves foram adquiridas, substituindo as antigas, com redução a um quarto do volume anterior. Cada uma consumia 200 litros de água/hora. As novas consomem 50 litros de água/hora.
4) Substituição dos vasos sanitários por modelos de menor consumo e manutenções preventivas em descargas e registros gerais.