Recursos do Ministério da Saúde serão aplicados no custeio de centros de reabilitação para crianças com microcefalia e pesquisas
O repasse de R$ 135 milhões do Ministério da Saúde vai reforçar ações de combate às infecções de dengue, zika e chikungunya em nove estados. O anúncio foi feito pelo ministro Ricardo Barros durante a abertura do 3º Encontro da Rede Nacional de Especialistas em Zika e doenças correlatas (Renezika).
Os recursos serão aplicados no custeio de 52 novos centros de reabilitação, com foco no atendimento de crianças com microcefalia. Esses espaços vão receber investimentos anuais de R$ 114,3 milhões e vão oferecer assistência integral e gratuita, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), às crianças com a síndrome congênita do zika. Esses Centros são referência na reabilitação e oferecem serviços como, por exemplo, estimulação precoce.
Para ampliar a assistência, foram destinados R$ 125,2 milhões à habilitação de Centros Especializados em Reabilitação (CER) e novas equipes de Núcleos de Apoio de Saúde da Família.
Atualmente existem no País 187 CERs. Desde outubro de 2016, as crianças com síndrome congênita do zika contam com 52 novos CERs em todo País.
Saúde da Família
Na ocasião, também foram divulgados R$ 10,9 milhões para a implantação de 51 novas equipes de apoio à Saúde da Família, que contam com fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos.
Pesquisas
Outros R$ 10 milhões serão destinados a novas pesquisas e criação de biobanco nacional, com amostras de sangue, urina e saliva, sobre doenças causadas pelo Aedes aegypti, como dengue, chikungunya e zika. Os estudos devem ampliar o conhecimento sobre transmissão, tratamento e efeitos dessas doenças.
Balanço
A pasta ainda apresentou o balanço dos casos de infecções transmitidas pelo Aedes, como o zika, ao longo de 2016. Dos 2.347 casos de microcefalia confirmados no País entre março e outubro de 2016, 80% receberam atendimento na atenção especializada. Esse serviço é a porta de entrada para a assistência, já que é lá onde o médico identifica e avalia qual o tratamento que cada criança precisa.
Em 2017, até março, foram notificados 90.281 casos prováveis de dengue em todo o País, uma redução de 90% em relação ao mesmo período de 2016 (947.130).Também houve queda expressiva no número de óbitos. A redução foi de 97%, passando de 411 no ano passado para 11, em 2017.
Em relação à chikungunya, a redução do número de casos foi de 74%. Até 25 de março, foram registrados 26.854 casos. Também até 25 de março, o Ministério da Saúde registrou 4.894 casos de zika em todo o País. Uma redução de 97% em relação a 2016. Quanto às gestantes, foram registrados 727 casos prováveis. Não houve registro de óbitos por zika em 2017.
Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) citou a Renezika, como um bom exemplo de resposta rápida e eficaz para o enfrentamento da emergência de Zika no País. A Renezika foi apresentada como uma rede que congrega especialistas que contribuem para os avanços científicos e tecnológicos, fornecendo evidências que subsidiam a execução de políticas públicas.