Hoje, 11 de fevereiro, é o Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência. A data, estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, tem como objetivo celebrar os feitos de mulheres no campo e impulsionar futuras gerações na busca de carreiras científicas.
Escolhido como uma data que relembre o papel fundamental desempenhado por mulheres e meninas na comunidade científica e tecnológica, o dia também serve como lembrete de que, apesar dos ganhos notáveis do gênero na área, o progresso em relação aos homens ainda é extremamente desigual.
De acordo com o Instituto de Estatísticas da UNESCO, hoje não mais do que 28% dos pesquisadores do mundo são mulheres. O número de mulheres reconhecidas como líderes em sociedades de alto prestígio, ou vencedoras de premiações, também permanece baixo, com raras exceções.
Como forma de reafirmar a capacidade feminina de atuar tão bem quanto qualquer outro grupo na ciência, selecionamos cinco mulheres que, através de seus campos de atuação e pesquisa, mudaram o mundo para melhor. Confira:
1.
Elizabeth Blackwell, nascida em fevereiro de 1821, foi a primeira mulher a se formar e exercer a medicina nos Estados Unidos. Formada pela Geneva Medical College, Elizabeth abriu caminho para que outras mulheres, dentre elas sua irmã, seguissem a carreira médica.
Apesar de graduada, Elizabeth batalhou durante toda sua vida pelo reconhecimento profissional no meio médico, que foi dificultado desde seu ingresso na faculdade até seus últimos dias.
Dentre suas conquistas, Elizabeth publicou em 1895 sua autobiografia, Pioneer Work in Opening the Medical Profession to Women, e fundou diversas instituições, como a New York Infirmary for Indigent Women and Children, a Woman’s Medical College da New York Infirmary, a London School of Medicine for Women e a National Health Society.
2.
Chien-Shiung Wu, a primeira mulher a fazer parte da American Physical Society, nasceu na China em 1912. Parte de uma família progressista, Wu foi encorajada a seguir em seus estudos desde cedo.
Seu pai, um importante ativista pelos direitos das mulheres na China, foi responsável pela construção da primeira escola para meninas da cidade, frequentada por Chien-Shiung antes de se mudar para os Estados Unidos, em 1963.
Foi em terras americanas que ela desenvolveu grande parte de suas pesquisas; dentre elas, estudou o enriquecimento de urânio, refutou a lei da conservação de paridade e trabalho no Projeto Manhattan, que desenvolveu as primeiras bombas atômicas da história.
3.
Katherine Johnson quebrou diversas barreiras impostas às mulheres negras que trabalhavam na NASA durante seus 33 anos de carreira na agência espacial. Ao lado de suas colegas Dorothy Vaughan e Mary Jackson, a história de Katherine inspirou o roteiro do filme “Estrelas Além do Tempo”, indicado a três Oscars.
Katherine e as colegas trabalhavam como computadores humanos, realizando os cálculos necessários para todas as invenções da NASA, e passaram a questionar o motivo pelo qual as mulheres não eram autorizadas a participar das reuniões estratégicas da agência.
No decorrer de sua carreira, Katherine conquistou espaço na sala de reuniões e passou a se envolver em projetos maiores, sendo promovida ao cargo de líder de cálculos de trajetória, posição que a incluiu no planejamento de missões para Lua e Marte.
4.
Filha de médico brasileiro e enfermeira inglesa, Bertha Lutz seguiu os passos dos pais e aliou a paixão pela ciência pela luta pelos direitos das mulheres no decorrer de toda a sua vida. Tendo se tornado uma das maiores biólogas da história brasileira, Bertha dedicou-se após a estudar Direito, objetivando atuar de forma mais ativa pela aprovação do voto feminino no Brasil.
Antes da conquista, que veio em 1932, ela esteve à frente da fundação e gestão de várias organizações do movimento sufragista no Brasil, e trabalhou como pesquisadora do Museu Nacional, no Rio de Janeiro.
5.
As ações da professora Wangari Maathai ao aliar políticas de preservação ambiental ao movimento de progresso feminino no Quênia renderam a ela o Prêmio Nobel da Paz de 2004. Uma de suas principais realizações, a fundação Movimento do Cinturão Verde remunera mulheres africanas para incentivá-las a plantar árvores.
De acordo com dados colhidos pelas Nações unidas, cerca de 900 mil mulheres colaboraram com o projeto, que além de combater o desmatamento e prevenir a desertificação da região, ajuda a sustentar famílias. Segundo Wangari, as mulheres na África são as primeiras vítimas da degradação ambiental, já que é seu papel buscar água e, se não há água, a busca se transforma em caminhadas de horas sob o sol.