Cientistas revelaram a primeira estrutura 3D de um receptor implicado em várias doenças no cérebro e na fisiologia normal de todo o corpo. Surpreendentemente, as estruturas trazem uma nova compreensão sobre o uso do canabinoide — uma substância produzida naturalmente relacionada à maconha.
Realizada por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Scripps, o estudo publicado na revista científica “Cell” lança luz sobre a arquitetura molecular de receptores para um família de pequenas moléculas de gordura conhecida como ácido lisofosfatídico (LPA), relacionada a condições que incluem dor, transtornos cerebrais, esclerose múltipla, fibrose e câncer.
“O estudo traz possibilidades de tratamento do cérebro — disse Jerold Chun, professor do instituto. Esta estrutura é a primeira para um receptor LPA, e isto revelou algumas surpresas”.
SUPERANDO DESAFIOS
Chun e seus colegas identificaram a proteína, chamada receptor 1 de ácido lisofosfátidico (LPA1), em estudos do cérebro há cerca de 20 anos. O receptor LPA1 manda sinais para influenciar uma série de funções, tais como migração celular, forma, sobrevivência e proliferação.
A nova publicação trouxe a primeira evidência de “diálogo” entre dois sistemas via um receptor comum, estabelecendo um novo relacionamento entre duas famílias distintas de gordura — LPAs e canabinoides , trazendo novas estratégias para a compreensão e o acesso terapêutico a estes sinais de lipídios.
Chun diz que este estudo é o “fim do capítulo” de seu laboratório, que começou 20 anos atrás com a identificação do LPA1, e “o início de outro” com a nova relação estabelecida com a sinalização canabinoide.