Um grupo de cientistas do Cincinnati Children’s Hospital, em Ohio, Estados Unidos, criou um tecido intestinal totalmente funcional a partir de células-tronco. Os pesquisadores ainda implantaram o tecido em ratos para testar sua funcionalidade, e os animaizinhos responderam bem à operação.
De acordo com a New Scientist, Jim Wells, um dos pesquisadores, disse que o resultado da pesquisa é “um dos tecidos mais complexos já criados em laboratório”. “Ele tem o forro interior que é responsável por absorver nutrientes e secretar sucos digestivos, músculos totalmente funcionais que impelem a comida pelo intestino, e nervos que controlam a pulsação dos músculos”.
De tronco a tripas
Partindo de pele e leucócitos normais, os cientistas conseguiram criar células-tronco, que têm a capacidade de se transformar em qualquer outro tipo de célula. Em seguida, eles inseriram as células-tronco em um meio provido dos ingredientes adequados. Esse meio fez com que as células se desenvolvessem e virassem tecidos intestinais básicos.
No entanto, foi necessário também prover esse tecido básico de musculatora e nervos. Isso porque o intestino precisa ser capaz de se mover para levar o alimento adiante, e de se comunicar com a musculatura próxima para coordenar os movimentos. O mesmo processo usado para criar o tecido básico intestinal serviu nessa etapa: células-tronco foram inseridas em meios que as fizeram desenvolver-se em tecido nervoso e musculatura.
Test-drive intestinal
Ratos de laboratório vivos foram usados para testar a criação da equipe. Embora o tecido fosse completamente funcional, ele não dispunha de um sistema imunológico ou de alimentação de sangue, o que poderia ser um problema para a sua implantação.
Mas os pesquisadores perceberam que, quando o tecido foi implantado nos ratinhos, os corpos deles se encarregaram de fornecer tanto alimentação sanguínea quanto células do sistema imunológico para proteger o tecido. Isso indica que a mesma coisa poderia acontecer caso o tecido fosse implantado em pessoas. No entanto, os pesquisadores estimam que ainda deve levar muitos anos até que a técnica seja aperfeiçoada a ponto de permitir o transplante em adultos.
Fonte: New Scientist