A reabilitação motora ganhou nos últimos anos novas ferramentas que trabalham de forma multidisciplinar a recuperação humana. E na busca do que há de mais avançado em terapias para o atendimento de adultos e crianças, o Centro de Equoterapia de Jaguariúna (CEJ), uniu o Therasuit e a Equoterapia, somando duas avançadas técnicas que juntas potencializam o aprendizado das habilidades motoras funcionais.
Com a utilização de recursos como roupas especiais desenvolvidas à semelhança das vestes criadas pela Agência Espacial Norte-Americana (NASA), a marcha do cavalo e a interação com a natureza, além de profissionais altamente qualificados, os pacientes têm uma melhora efetiva na recuperação e aprendizado dos movimentos do corpo, além do ganho no desenvolvimento mental e emocional.
O Therasuit é um método de fisoterapia intensiva desenvolvido por um casal de fisioterapeutas norte-americanos em Michigan, pais de uma criança com paralisia cerebral, que está ajudando os pacientes não só a recuperar como também a adquirir os movimentos do corpo.
Indicado para casos de encefalopatia crônica não progressiva da infância (ECPI) – mais conhecida como paralisia cerebral (PC) -, síndrome de Down, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, ou pós-acidente vascular encefálico, a terapia utiliza cordas elásticas presas à roupa, assim como cintos, pesos e polias ligados a uma gaiola (unidade de terapia universal).
O sistema permite a execução de movimentos de alta intensidade, que simulam os efeitos da gravidade. O treinamento é feito de forma individual e os movimentos trabalham a coordenação, normalizacão do tônus muscular, promovendo o equilíbrio e o aprendizado/reaprendizado do sistema nervoso central.
As vestimentas foram desenvolvidas nos moldes das que a NASA utiliza para reabilitar astronautas que apresentavam fraqueza muscular e fraturas depois que voltavam do espaço, e passou a ser utilizada por crianças com paralisia cerebral, pois em ambos os casos a instabilidade postural era semelhante.
“O Therasuit é um dos métodos mais avançados do mundo, capaz de potencializar o aprendizado e reaprendizado das habilidades motoras. E o CEJ oferece aos pacientes esta oportunidade única, com profissionais altamente qualificados e treinados pelos fundadores do método, bem como materiais importados”, ressalta Wilson Mellilo, diretor do CEJ.
O método é considerado intensivo pois tem a duração de quatro semanas com três horas diárias de exercícios, e os resultados aparecem logo nas primeiras semanas. De acordo com a fisioterapeuta responsável, Maryanne Soares Reis, a grande vantagem é o encurtamento do tempo que a terapia proporciona. “O método oferece, em apenas um mês, os mesmos resultados de um longo período com a terapia convencional”, atesta.
Maryanne fez o curso diretamente com a criadora, Isabella Koscielny, que veio ao Brasil em 2014 para divulgar a técnica. A terapia, que possui um alto custo, pode ser realizada por meio da cobertura de planos de saúde e em alguns casos, custeada pelo estado.