Nem todo mundo sabe, mas as baixas temperaturas podem provocar uma diminuição da circulação sanguínea. Essa diminuição pode causar problemas, como dores no peito (chamada de angina cardíaca), ou até mesmo um infarto. Segundo a American Heart Association (Associação Americana do Coração), o inverno aumenta de 20% a 25% a incidência de doenças cardiovasculares, principalmente nas pessoas que já apresentam alguma predisposição e por isso é preciso ficar atento durante essa época do ano.
De acordo com a cardiologista e médica nuclear da DIMEN, Priscila Cestari Quagliato, isso acontece, pois a hipotermia (reação do organismo ao frio), faz com que o sistema cardiovascular trabalhe mais para manter o equilíbrio térmico do corpo. “A vasoconstrição – processo em que os vasos se contraem para impedir a perda do calor – é outro problema trazido pelo frio, que também pode levar a uma sobrecarga do coração em casos específicos”, explica a médica.
Existem exames cardiológicos permitem a detecção precoce de problemas cardíacos. O teste ergométrico, por exemplo. Mas pacientes hipertensos podem apresentar alterações do eletrocardiograma relacionadas ao aumento crônico da pressão arterial e em alguns casos, até relacionadas a hipertrofia (aumento da musculatura do coração) que resultam nos chamados “falsos positivos”. A Medicina Nuclear conta com dois exames que podem auxiliar de forma precisa a detecção e a prevenção das doenças cardiovasculares: cintilografia de perfusão miocárdica e PET/CT.
Cintilografia de perfusão miocárdica
É um exame que avalia a circulação sanguínea do coração. É realizada em repouso – com a administração endovenosa de um material com baixa radioatividade – e após o estresse – seja por atividade física em esteira ergométrica ou simulação desta por meio de medicamentos para os casos em que o paciente não consiga realizar o esforço físico (por dificuldades motoras, por exemplo). “A cintilografia capta imagens do coração e avalia se o fluxo de sangue está preservado e, em caso de redução de fluxo (a chamada isquemia), permite identificar qual a coronária deve ser tratada”, esclarece.
PET/CT
O PET-CT (Tomografia por Emissão de Pósitrons e Tomografia Computadorizada) utiliza uma glicose radioativa por via endovenosa, que permite diferenciação com extrema precisão entre cicatriz pós-infarto do músculo do coração; de músculo ainda vivo. O resultado deste exame auxilia o cardiologista na decisão de investir em um procedimento de revascularização para restabelecer o fluxo de sangue para a área doente, permitindo assim a sua recuperação quando ainda há músculo vivo.