Nos anos recentes, uma imensa quantidade de tempo e dinheiro foram investidos na computação em nuvem. Não só a tecnologia teve quase uma década para amadurecer e deixar de ser uma solução de nicho, como também as empresas compreendem cada vez mais como operar adequadamente a maioria das plataformas de nuvem e colher seus benefícios. Esse investimento crescente na tecnologia de nuvem permitiu que o setor inovasse rapidamente e criasse novos serviços com mais agilidade que a maioria das áreas de TI. Na verdade, a Gartner prevê que os serviços de nuvem pública crescerão mais 18% até o final de 2017.
Apesar disso, 30% dos profissionais de TI brasileiros pesquisados como parte do Relatório de tendências em TI da SolarWinds para 2017: Retrato de uma organização de TI híbrida afirmaram que migraram cargas de trabalho da nuvem de volta para o local nos últimos 12 meses. Em outras palavras, não há dúvida de que a nuvem é tentadora para os departamentos de TI, mas ela não serve para tudo. Para oferecer melhor garantia de que uma empresa esteja recebendo os benefícios previstos da nuvem (maior economia, desempenho, agilidade, dimensionamento etc.), hoje e no futuro, os profissionais de TI precisam aproveitar as informações dos aplicativos atuais na nuvem a fim de prever a migração futura de forma precisa e estratégica.
Usando as informações de hoje para a migração do futuro
Para começar, embora muitas organizações estejam usufruindo dos benefícios da computação em nuvem, os departamentos de TI não devem esperar receber todos os benefícios de uma vez; alguns, sequer chegarão a receber todos eles. Por exemplo, a economia é um motivador para muitas iniciativas de implantação de nuvem, mas ela não pode ser um benefício garantido, especialmente à medida que os serviços de nuvem continuam a implantar serviços adicionais mais especializados (e mais caros). Os departamentos de TI também podem obter benefícios inesperados ou não planejados da nuvem, como mais segurança do que se havia previsto ou o fato de que o verdadeiro valor da nuvem está em sua agilidade, e não em economias de custo; eles podem até descobrir que a nuvem os está ajudando a atender melhor às necessidades dos negócios que não se referem a esse aspecto em suas organizações. Esses insights devem ser reservados para referência futura e aproveitados quando chegar a hora de considerar a migração de outras cargas de trabalho para a nuvem.
E da mesma maneira, depois que os departamentos de TI estão integrados e instalados confortavelmente na nuvem, eles muitas vezes supõem que não precisam mais se preocupar com a previsão da capacidade do datacenter ou pensar em gerenciamento de infraestrutura. Em vez disso, eles podem se concentrar nos aplicativos e nas cargas de trabalho atuais para tornar a execução deles na nuvem mais eficiente.
Ao contrário do que comumente se acredita, a migração de cargas de trabalho para o que equivale à infraestrutura de um terceiro não significa que os profissionais de TI podem lavar as mãos no que se refere à supervisão tradicional e abandonar suas responsabilidades. Os profissionais de TI ainda precisam planejar e se preparar para incidentes, como a possibilidade de tempo de inatividade de rede ou uma violação de dados. Os aplicativos (mesmo na nuvem) precisam de monitoramento ativo e planejamento da arquitetura para se prepararem de forma adequada para as necessidades do futuro.
Também vale a pena notar que, apesar da corrida para a nuvem, ainda é necessário ser capaz de gerenciar aplicativos e a infraestrutura no local. O curioso é que existe algo que se aplica ao gerenciamento no local que pode ser aprendido com a nuvem: Na nuvem, todos os serviços representam custos por hora ao departamento de TI. Ao aplicar esse princípio da nuvem sobre economia às soluções no local, as organizações podem descobrir mais rapidamente a melhor forma de otimizar seus recursos.
Em minha experiência, as organizações rapidamente percebem que cerca de 40% de sua infraestrutura no local está sendo subutilizada ou desperdiçada. Os gerentes de virtualização, que têm experiência com recursos de processamento fluidos similares aos provedores de serviço de nuvem, podem ajudar com esses tipos de problemas de gerenciamento e utilização e ajudar a pressionar os departamentos a avaliar o que é necessário para qual projeto e quando.
Por que o monitoramento importa, especialmente na nuvem
Isso não deve ser nenhuma surpresa, mas o monitoramento deve ser um requisito para todos os departamentos de TI, quer operem no local, quer na nuvem, ou o que é mais provável, em ambos. Seja qual for o local, para que qualquer aplicativo seja bem-sucedido, os profissionais de TI precisam compreender o perfil de desempenho e consumo do aplicativo e como ele será afetado por mudanças, como a migração para a nuvem.
Os departamentos de TI também precisam saber quais recursos o aplicativo está usando e quais são seus requisitos de negócios. Mesmo que a organização pretenda migrar uma certa carga de trabalho ou aplicativo para seu provedor de serviços de nuvem escolhido, os profissionais de TI ainda precisam saber quais recursos são necessários, pois os provedores de serviços de nuvem agora oferecem uma infinidade de serviços e cada serviço adicional aumenta o custo. Por exemplo, na migração de um simples aplicativo do Microsoft SharePoint para o Amazon Web Services (AWS) é preciso decidir entre otimizar o armazenamento ou a memória. O mesmo se aplica a desempenho versus dimensionamento.
Essas coisas não podem ser selecionadas aleatoriamente. Ao monitorar de perto aplicativos antes da migração, os profissionais de TI podem se suprir das informações certas para selecionar os melhores serviços que atendam às necessidades de seus negócios antes de migrar qualquer coisa para a nuvem.
Nuvens à frente: práticas recomendadas para previsão
Os departamentos de TI podem aproveitar informações da nuvem atual e das implantações de cargas de trabalho no local para se aprofundarem na nuvem com uma estratégia de migração eficaz. Para isso, os profissionais de TI devem considerar as seguintes práticas recomendadas:
Aproveitar o monitoramento de desempenho de aplicativos
Os profissionais de TI precisam conhecer seus indicadores-chave de desempenho e monitorá-los com disciplina. Uma ferramenta de monitoramento abrangente que fornece visibilidade dos sistemas no local, bem como dos que estão na nuvem deve ser implementada para ajudar a estabelecer as métricas de desempenho de linha de base que facilitam a identificação de uma carga de trabalho como pertencente à estrutura local ou à nuvem.
Conhecer os requisitos de aplicativos
Para alcançar melhor o sucesso com aplicativos que foram migrados para a nuvem, conhecer os requisitos de cada aplicativo é fundamental. Como a tecnologia de computação em nuvem continua a amadurecer, a arquitetura de um aplicativo se torna mais importante do que onde ela está hospedada. O aplicativo ainda precisará também ser continuamente monitorado, mesmo que esteja hospedado com um provedor como o AWS. Por fim, os profissionais de TI precisam ter uma compreensão fundamental de quais componentes do aplicativo precisam ser otimizados para aprimorar o desempenho, o dimensionamento, a agilidade ou a disponibilidade dependendo do provedor de serviços de nuvem com o qual estejam trabalhando.
Lembre-se de que a nuvem não é gratuita
Os departamentos de TI precisam aceitar o fato de que só porque um aplicativo está na nuvem, não significa que ele esteja economizando dinheiro ou alcançando um retorno sobre o investimento (ROI, Return on Investment) maior.
A compreensão da alocação adequada de recursos de aplicativos, motivada pelo monitoramento ajudará os departamentos de TI a alcançar o ROI mais rapidamente Por meio de uma auditoria criteriosa relativa às certificações de segurança e conformidade do provedor de nuvem, conversas com a gerência para discutir planos de crescimento futuro e foco no desenvolvimento de habilidades fundamentais, os profissionais de TI podem ajudar suas organizações a se aprofundarem na nuvem.
Criar um mapa
Com tantos fornecedores de serviço de nuvem e serviços associados já disponíveis, pode ser extremamente tentador migrar cargas de trabalho para a nuvem, não importando se isso faz sentido para os negócios ou não. Nem tudo precisa ficar na nuvem, e não há nada de errado nisso. A criação de um perfil de desempenho para todos os aplicativos e cargas de trabalho pode ajudar a tomar decisões bem-informadas. Quando um aplicativo está se preparando para ser migrado para a nuvem, os profissionais de TI precisam prestar muita atenção aos inventários de aplicativos e aos requisitos dos aplicativos para otimizá-los quando estiverem na nuvem.
Conclusão
Aprofundar-se na nuvem pode oferecer muitos benefícios essenciais para a organização, mas os profissionais de TI precisam ter em mente que a linha que separa as tecnologias no local e na nuvem é muito tênue. Os departamentos de TI devem continuar a tratar os aplicativos na nuvem como se eles ainda estivessem no local. Se os profissionais de TI mantiverem o monitoramento como preocupação principal, terão uma taxa de sucesso maior na nuvem e poderão atender melhor às suas organizações. Além do monitoramento, os profissionais de TI também devem criar um mapa para a nuvem a fim de que possam garantir que alcancem o ROI desejado. Ao fazer isso, os departamentos de TI estarão preparados para otimizar aplicativos sem perder de vista os serviços pelos quais estão pagando.
Gerado Dada é vice-presidente da SolarWinds