O déficit de profissionais qualificados no segmento de TI e Telecom é um problema enfrentado por organizações de todos os segmentos da economia, incluindo o setor de saúde. O relatório “The Network Skills in Latin America” realizado pelo IDC, e divulgado pela Cisco na última quinta-feira (11), aponta que nos próximos três anos esse cenário não deve melhorar para todos os países da América Latina.
Entre os países da América Latina, o Brasil, possui a maior falta de profissionais. De acordo com o IDC, o segmento de TI brasileiro crescerá aproximadamente 3% entre 2015 e 2019. No último ano, o setor teve um déficit de 195mil profissionais qualificados.
Ainda de acordo com o estudo, o Brasil continuará sendo o país que mais sofrerá com esse déficit até 2019 e a demanda do mercado vai superar uma oferta de 449 mil profissionais em todo continente. A principal explicação para esse fenômeno , segundo o levantamento, é a falta de capacitação dos empregados.
Em 2015, houve um défict de 474 mil profissionais especializados em redes em todo o continente latino-americano e, embora exista uma ligeira queda de 1,4% nessa demanda prevista para 2019, a evolução das redes e a digitalização de operações vem representado novos desafios para aqueles que são capacitados no desenvolvimento e gerenciamento de infraestruturas de rede robustas e flexíveis.
Considerado um dos maiores gargalos pela pesquisa, a tecnologia de rede emergente requer trabalhadores qualificados em vídeo, nuvem, mobilidade, datacenter & virtualização, big data, segurança cibernética, Internet das coisas (IoT) e desenvolvimento de software, além de habilidades básicas e focadas em rede como switches e roteadores, segurança de rede, wi-fi, comunicações unificadas e colaboração.
Como se não bastassem as competências técnicas, outro problema identificado está relacionado à habilidades como fluência em inglês, trabalho em equipe, gerenciamento de projetos, facilidade de comunicação, boa redação, criatividade e empreendedorismo.
Um dado divulgado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mostra que, cada 10% a mais de penetração em banda larga na América Latina pode representar um aumento de 3,9% no PIB e 2,61% na produtividade de um país, destacando ainda mais a importância do esforço conjunto entre governo e iniciativa privada para o aumento do número de profissionais qualificados em TI e Telecom.