A adoção de sistemas de prontuários eletrônicos vem crescendo muito pelo mundo. Hoje, obter informações sobre o histórico do paciente, incluindo os exames realizados, de forma totalmente eletrônica já não é mais um diferencial. É preciso que esses sistemas se comuniquem entre si, permitindo à equipe médica trocar informações do paciente, independentemente de onde ele for atendido.
Para que possa haver essa troca de informações entre sistemas, é preciso que eles utilizem padrões de linguagem tal como o HL7 – um protocolo internacional, já utilizado por algumas empresas no Brasil, para intercâmbio de dados eletrônicos em saúde, que visa universalizar a linguagem médica, eliminando a necessidade de um conversor de termos técnicos. Somente a partir da padronização de dados, é viável promover a interoperabilidade entre esses prontuários, ou seja, a capacidade de dois ou mais sistemas de trocarem informações, a partir de dados padronizados.
Em diversas reuniões e eventos que participei este ano, com a presença de executivos de TI de grandes companhias, tenho registrado que a interoperabilidade vem sendo considerada como essencial para melhorar o atendimento aos pacientes, pois ao possibilitar o compartilhamento do histórico do paciente, a equipe médica pode analisar dados clínicos oriundos de diferentes sistemas e criar relatórios com dados que auxiliam na tomada de decisão e no fechamento de diagnósticos mais precisos e embasados, que contribuem ainda para o desenvolvimento de pesquisas populacionais que podem ser decisivas na prevenção e combate a doenças.
Nesse sentido, sistemas de informação que atuam isoladamente, começam a perder espaço dando lugar a tecnologias que têm em sua essência a interoperabilidade, e que atuam com uma abordagem radicalmente diferente proporcionando uma visão holística da situação clínica do paciente, bem como de populações inteiras.
Analiso que contar com sistemas interoperáveis é o principal caminho para melhorar o atendimento ao paciente e o trabalho da equipe médica, permitindo a rápida evolução dos modelos de saúde e um patamar de atendimento na saúde digno a todos.
*Fernando Vogt é Diretor de Vendas para Saúde da InterSystems no Brasil.