Muitos ambientes hospitalares no Brasil possuem um grande volume de diferentes sistemas e aplicativos para conseguirem realizar os trabalhos.
A informática trouxe a automação para muitos destes processos e através de sistemas ora desenvolvidos dentro de casa, ora comprados dos vários fornecedores de soluções que pipocam no mercado, de uma forma ou outra conseguiram trazer mais eficiência ao trabalho.
Porém isso trouxe outros problemas que foram acarretados pelo que vimos anteriormente. Muitas empresas passaram a ter vários sistemas diferentes que tinham que interagir entre si, entre a empresa e o mercado ou órgãos reguladores. Além disso, muitas das promessas de eficiência, melhorias de produtividade e retorno sobre o investimento não se confirmaram.
Então, onde estaria o problema? São vários os problemas, incluindo a questão de mudança cultural, da forma de trabalho e até organizacional que os sistemas provocam, mas, com certeza, um dos mais sérios destes problemas é a dificuldade de poder integrar a informação com integridade, segurança e privacidade entre os vários sistemas e também com o mundo externo à empresa.
Outra questão é que os sistemas forçam um novo processo de negócios ou automatizam o processo simplesmente, sem ao menos checar a necessidade dele e a integração entre os processos de negócios.
Para sanar este problema há a necessidade de se fazer uma avaliação completa dos processos de negócio, desenhando-os, documentando-os, avaliando os riscos inerentes a cada um dos processos, a necessidade de mantê-los, a integração entre os processos, sub-processos, e informações, sem esquecer das regras de negócios do nosso ambiente, como os protocolos, a regulação, a acreditação hospitalar e até a Certificação de Automação de Processos(HIMSS/EMRAM) que começa a tomar forma também no Brasil.
Sem esta visão clara da situação e, mais que isso, sem definir claramente o que se espera de uma organização hospitalar no futuro, os projetos de automação são fadados a apresentar problemas ou não cumprir as promessas feitas. Mais do que isso, podemos inclusive ter “lixo” (ou seja, processos desnecessários) que estaríamos automatizando “lixo”, isso com sistemas desenvolvidos em casa ou com sistemas adquiridos no mercado.
Ainda mais, após ter esta visão, há a necessidade de se gerir a nova estrutura de processos e, a partir daí, criar uma estratégia de arquitetura para a integração dos sistemas.
Dentro deste âmbito, há também uma necessidade de se avaliar qual a estratégia para a integração dos sistemas, desenhar a arquitetura, implementar e depois operá-la.
E não se pode esquecer a segurança, já que os sistemas hospitalares são bastante complexos e a maneira que se pode torná-los mais ágeis e eficientes se dará somente através da redução da quantidade de informações e das decisões básicas que precisam ser tomadas dia a dia.
Fazendo oposição a isso, temos a complexidade e a grande quantidade de sistemas que precisam de informações para que as decisões sejam tomadas.
Com isso, alguns fatores muito relevantes para um hospital acabam se agravando como, por exemplo: duplicidade de informação, a validação de informações com até dois ou três níveis, a segurança de informações particulares e sigilosas, etc.
E aí a integração de sistemas é fundamental.
Com isso, as implementações de sistemas de gestão clínica-hospitalar e a inteligência das informações com as capacidades analíticas, que certamente sairão como resultado deste trabalho, serão mais eficientes e bem sucedidas
*por Avi Zins, Head of Healthcare Segment da Neoris do Brasil e colunista da revista Healthcare Management