A terceira edição do Congresso de Inovação em Materiais e Equipamentos para Saúde (Cimes) iniciou os debates sobre o aprimoramento das políticas públicas no setor médico-hospitalar nesta terça-feira (15/04), em São Paulo. O evento foi aberto pelo presidente da Abimo, Franco Pallamolla, que ressaltou os avanços da política industrial do Complexo Industrial da Saúde (CIS) ao longo da última década.
Durante a abertura, Pallamolla enfatizou o papel do congresso na ampliação da análise das questões que envolvem a inovação. “O objetivo do congresso é conseguir extrair soluções, definições e propostas para que possamos continuar unidos junto ao Governo na construção de uma política industrial que objetive não só dar sustentabilidade ao setor, mas ao sistema de saúde brasileiro”, destacou.
Iniciando os debates, o painel “10 anos de Política de Inovação em Saúde” abordou os avanços da política industrial do Complexo Industrial da Saúde. Lembrando o surgimento da saúde pública no Brasil, o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (SCTIE/MS), Carlos Gadelha, ressaltou a necessidade de fusão da política social com a política de desenvolvimento industrial para alcançar um sistema de saúde satisfatório. “Não é possível tratar um problema sistêmico como é o de saúde sem mobilizar todo sistema produtivo. Essa perspectiva foi fundamental para trazer o conceito de uma política de Estado”, declarou.
Em continuidade, o painel “Potencial para Parcerias Tecnológicas com Institutos de Ciência e Tecnologia” reuniu representantes da academia para debater os gargalos da articulação entre indústria e universidade. Para o diretor da Agência de Inovação da USP, Vanderlei Bagnato, o pesquisador precisa tentar enxergar onde estão os desafios, mas sem um programa governamental que integre as pesquisas acadêmicas com as tendências da saúde isso não acontecerá. “Não é tão fácil quanto parece convencer os pesquisadores sobre o que eles devem pesquisar. Podemos motivar”, explicou.
Já o último painel “Demandas da Saúde” apresentou as oportunidades de mercado que o setor médico-hospitalar possui e as principais demandas da saúde nos próximos anos. Segundo Valdênio Araújo, da ABDI, as mudanças no perfil demográfico e socioeconômico irão exigir uma maior atenção da indústria no desenvolvimento de tecnologias que supram o novo quadro de necessidades. “Teremos uma maior incidência de enfermidades crônico-degenerativas, típica dos países em desenvolvimento”, apontou.