Há cerca de sete anos um tipo de câncer no sangue até então pouco conhecido do público geral ganhou as manchetes de todo o país. Chamado de Linfoma, a doença que acometeu personalidades de diversos segmentos, incluindo artistas e políticos atinge diretamente o sistema linfático, parte importante do nosso sistema imunológico que é responsável pela defesa natural do nosso organismo contra infecções. O câncer se divide em dois grupos: linfoma de Hodgkin (LH) e linfomas não Hodgkin (LNH). De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), há cerca de 10 mil novos casos anualmente do tipo LNH e mais de 2 mil casos de LH.
O linfoma de Hodgkin afeta igualmente dois grupos populacionais: pacientes ao redor dos 20 anos e entre 50 e 60 anos. Já os linfomas não Hodgkins são um grupo de mais de 50 doenças que podem afetar qualquer faixa etária e que ser muito distintos entre si.
Grande parte dos linfomas não tem uma causa conhecida. Alguns são claramente associados a infecções virais ou imunossupressão, por exemplo, em pacientes transplantados.
Sintomas e Tratamento
Segundo o Bernardo Garincochea, oncologista e hematologista do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – unidade de São Paulo do Grupo Oncoclínicas, por não se saber ao certo o que pode causar a neoplasia, não há como indicar medidas preventivas, mas os sintomas em geral são aumento nos gânglios linfáticos (linfonodos ou ínguas, em linguagem popular) nas axilas, na virilha e/ou no pescoço, dor abdominal, perda de peso, fadiga, coceira no corpo, febre e, eventualmente, pode acometer órgãos como baço, fígado, medula óssea, estômago, intestino, pele e cérebro.
“As duas categorias, Hodgkin e não Hodgkin,apresentam outros subtipos específicos, com características clínicas diferentes entre si e prognósticos variáveis. Por isso, o tratamento não segue um padrão, mas usualmente consiste em quimioterapia, radioterapia ou a combinação de ambas as modalidades”, explica a hematologista do CPO.
Há casos em que a abordagem do linfoma não Hodgkin consiste apenas em uma observação e acompanhamento cuidadoso, sem um tratamento específico. Em outras circunstâncias, dependendo da extensão dos tumores e eficácia das medicações, pode haver a indicação de transplante de medula óssea. Apenas um profissional especializado é capaz de realizar um diagnóstico preciso do linfoma e o tratamento adequado.
As chances de remissão em pacientes com linfomas de Hodgkin chega a superar 80% dos casos quando o diagnóstico acontece ainda no estágio inicial, enquanto os não-Hodgkin de baixo-grau (não agressivos) têm altas taxas de sobrevida, superando a marca de 10 anos.