Serviços foram disponibilizados após aquisição de aparelho e contratação de novos profissionais
Pacientes do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) agora contam com dois novos procedimentos diagnósticos: cateterismo e eletroencefalograma. Ambos os serviços se tornaram viáveis após a compra dos aparelhos de hemodinâmica do eletroencelógrafo, adquiridos com recursos do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), e da contratação de profissionais por meio de concursos públicos geridos pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), estatal que administra o HU.
O cateterismo é usado para diagnóstico e/ou tratamento de várias condições cardíacas, sendo ideal para mostrar se há estreitamento ou bloqueio das artérias cardíacas. No HU, passou a ser realizado em janeiro. A equipe consiste em dois médicos cardiologistas e hemodinamicistas, uma enfermeira, um técnico em radiologia e dois técnicos em enfermagem.
Daniel Lemos, um dos responsáveis pelo procedimento, explica que a demanda é crescente, pois a obstrução de coronárias é o maior problema de saúde no mundo. “O exame consiste na aplicação de raios-X e contraste, sendo possível avaliar se o paciente que tem dores no peito está com obstrução nas artérias do coração”, esclarece o médico.
Apesar de invasivo (penetra cavidades do corpo), o procedimento não ocasiona dor ao paciente durante sua execução, que dura em média 30 minutos. No HU, preferencialmente, os profissionais vêm optando por uma técnica mais recente, na qual o cateter é inserido por via radial (no punho). Mais confortável que as modalidades braquiais (pelo braço) e femorais (pela perna).
Eletroencefalograma
O eletroencefalograma (EEG) investiga suspeitas de epilepsia, avaliação de comas, encefalites e outras enfermidades neurológicas. O procedimento, indolor e sem contraindicações, dura cerca de meia hora e é executado por uma equipe composta por dois médicos neurologistas especializados em neurofisiologia e dois enfermeiros. No HU-UFGD, o exame é aplicado a pacientes internos desde fevereiro.
A chefe da Unidade do Sistema Neuromusculoesquelético, Elisabete Castelon, explicou que uma das enfermidades investigadas pelo EEG, a epilepsia, atinge cerca de 1,5% da população brasileira e em muitos casos, nem chega a ter diagnóstico por ser confundida com problemas emocionais e mentais. “É muito importante ter na rede pública de saúde um exame que auxilia a identificar e tratar uma doença como a epilepsia, frequentemente subestimada pelas pessoas, mas que é totalmente tratável”, conclui a neurologista e psiquiatra.
Acesso à toda rede municipal
A princípio, os exames vêm sendo aplicados à demanda interna do hospital, ou seja, apenas pacientes internados e que necessitam desses diagnósticos estão sendo submetidos aos novos procedimentos. Todavia, tanto o cateterismo quanto o eletroencefalograma estão em vias de serem ofertados a toda a população de Dourados, por meio de pactuação com a rede municipal de saúde.