Duas publicações científicas veiculadas na revista Nature, Haematopoietic stem and progenitor cells from human pluripotent stem cells e Conversion of adult endothelium to immunocompetent haematopoietic stem cells apresentaram métodos usados por cientistas para desenvolver sangue em laboratório, partindo de células-tronco ou de outras partes do corpo humano. Os estudos, considerados promissores podem ser a soluçã para a escassez de sangue nos hemocentros em todo o mundo.
Em um dos estudos, a equipe da Harvard Medical School conseguiu identificar cinco proteínas que faziam com que células tronco se transformassem em células pluripotentes de sangue. Essas células podiam, então, transformar-se em hemoglobina (glóbulos vermelhos, responsáveis pelo transporte de gases no corpo), leucócito (células brancas, responsáveis pela nossa imunidade) e plaquetas (glóbulos brancos). A equipe testou esse processo para criar sangue para ratos de laboratório, e as células pluripotentes de sangue conseguiram substituir com sucesso as células originais.
Colhendo na vizinhança
Já a equipe de cientistas da Weill Cornell Medical College atingiu o mesmo resultado partindo de um ponto diferente. Eles desenvolveram sua linha de pesquisa a partir de células dos pulmonares de ratos. A equipe identificou proteínas capazes de fazer essas células se transformarem em outras, e conseguiu também produzir sangue a partir delas.
De acordo com o Digital Trends, o resultado é promissor e demonstra que a ideia pode ser executada a partir de um processo idêntico ou semelhante para produzir células humanas de sangue em laboratório. Além de tranfusões sanguineas, a utilização desses processos para o desenvolvimento de sangue em laboratório beneficiaria pacientes com leucemia ou outras patologias do sangue, como anemia falciforme, por exemplo.
Segundo a New Scientist, ainda existem barreiras a se superar antes que o método possa ser usado em humanos. É necessário realizar mais testes com ratos para garantir que as células criadas em laboratório não sofram mutações, levando-os a desenvolver tumores. Por conta desse risco, no começo, as equipes pretendem criar células sem núcleo. Essas células não poderão se multiplicar, então precisarão ser repostas com frequência, mas também não apresentarão esse risco.