É evidente que o paciente é chave para o hospital e todo esforço para proporcionar a ele e sua família a melhor experiência possível durante o período em que ele confia sua vida e saúde aquela instituição é importantíssimo e válido. No entanto, o verdadeiro cliente do seu hospital são os médicos que o escolhem como local de trabalho.
Afinal, são os médicos que indicam aos seus respectivos pacientes em quais hospitais eles trabalham e, devido a relação de confiança existente entre médico e paciente, acabam por endossar/recomendar esta ou aquela instituição de saúde. Então, como fazer para fidelizá-los?
Partindo do princípio de que uma boa infraestrutura hospitalar, assepsia no seu aspecto mais amplo, bons equipamentos de exames, uma equipe multidisciplinar bem formada e treinada (leia-se enfermeiros, técnicos laboratoriais, recepcionistas, etc.) podemos dizer que são “commodities”; afinal com esta parte resolvida, pode-se exercer uma medicina de qualidade em qualquer hospital. Então, onde está o diferencial? O que fará com que o médico opte em ser parceiro da sua instituição e não do concorrente? A resposta é: a tecnologia.
Hoje ter uma equipe, ou melhor, uma área de tecnologia da informação (TI) bem estruturada é fundamental para os hospitais que desejam ser competitivos e continuar entre os chamados “de primeira linha”. Com o incrível avanço da medicina mundial nas últimas décadas, a quantidade de dados e informações aumentaram exponencialmente e a segurança sobre esses conteúdos é tão essencial quanto antes da digitalização. Uma infinidade de informações não só sobre o paciente, mas também de exames, doenças, drogas para tratá-las, procedimentos têm de estar acessíveis aos médicos e equipe de apoio de maneira prática, clara e segura.
O Brasil – um dos países com a maior base de dispositivos conectados à internet no mundo, uma população de pouco mais de 200 milhões de pessoas e de dimensões continentais – é um ótimo exemplo do que pode ser feito através da digitalização da medicina. A tecnologia permite que um médico acompanhe o tratamento de seu paciente em real time, mesmo que não esteja ali fisicamente. Uma das possibilidades é a criação de postos de saúde remotos, nos quais se permite o atendimento de cidades mais distantes.
Nestes casos, a digitalização permite que um atendimento mais simples seja feito por vídeoconferência ou então um smartphone e uma pulseira como um fitbit podem fazer reportar dados que um enfermeiro em um pré-atendimento coletaria; ou seja, as possibilidades são enormes e a desoneração dos custos envolvidos nos tratamentos seja no sistema público ou privado é certa.
Além das tecnologias de internet das coisas e conectividade, devemos também mencionar a virtualização de desktops e de aplicativos, para que se padronize o atendimento de milhares de pacientes de um mesmo hospital. O fato é que a virtualização já permite ao médico acessar desde o prontuário do paciente – que até pouco mais de 20 anos atrás ficava no pé das camas e eram preenchidos à mão -, até receber as imagens de um exame, seja o vídeo de uma tomografia ou um raio X. Isso tudo pode estar disponível ao médico e sua equipe independentemente do equipamento e conectividade que use, um tablet na enfermaria com 4G, um smartphone em casa com 3G ou um desktop na recepção com conexão a rede, sem correr riscos de que dados pessoais acabem vazando de alguma forma.
No entanto, para que isso funcione adequadamente, é essencial que a área de TI e a alta gestão entendam que não basta fazer com que um aplicativo fique acessível em qualquer equipamento, conexão ou lugar. É fundamental que o usuário, o médico, fique satisfeito ao usá-lo. Se a experiência vira um sofrimento, não há remédio paliativo.
Portanto, o gestor diretor deve preparar sua estrutura de TI e capacitá-la da melhor forma possível para simplificar a vida dos médicos e agilizar o atendimento ao paciente, contando com virtualização e internet das coisas como aliadas.
Fernando Luccats é Senior Sales Engineer da Citrix