Não é novidade que o conceito de analytics é fundamental para uma gestão eficiente, independentemente do segmento. Sem informação, as decisões são baseadas apenas nos sentimentos ou percepções, o que, no mundo competitivo em que estamos inseridos, representa no mínimo um risco desnecessário. Essa atitude desinformada é ainda mais crítica na gestão de saúde, que envolve, entre outros aspectos, a vida humana. Abrir mão da informação para tomar decisões pode beirar a irresponsabilidade.
Todo e qualquer dado relacionado à saúde é extremamente importante para ser descartado. Do ponto de vista estratégico e de negócio, o apoio do BI pode determinar o sucesso de um empreendimento. Uma gestão adequada, que saiba exatamente medir e acompanhar os custos, a relação com os prestadores e as receitas de clientes, é fundamental para manter a saúde financeira das empresas deste setor. Também é substancial para uma gestão efetiva e proativa, conhecer detalhes dos demais processos administrativos, assim como dos diagnósticos e procedimentos hospitalares realizados dentro de uma instituição. Isso garantirá não só um maior controle, como o estabelecimento de um padrão no atendimento.
Já quando se fala dos cuidados com os pacientes, integrar os dados de maneira holística é extremamente importante, trazendo a tona uma visão do todo e não somente sob a dimensão de um único tratamento, procedimento ou doença. Manter um prontuário eletrônico com as informações detalhadas dos atendimentos, exames, diagnósticos e tudo que se sabe sobre o estado de saúde do paciente, permite aumentar (e muito) a assertividade dos trabalhos realizados pelos médicos. Mesmo o melhor especialista é incapaz de reter o resultado de milhares de artigos científicos, exames e diagnósticos para compará-los no momento do atendimento. Consultar bases anônimas de doenças e diagnósticos e confrontá-los com os dados provenientes das pessoas que está assistindo, com certeza, incrementa a qualidade do tratamento e traz subsídios para que os profissionais da saúde ajam com mais segurança, rapidez e efetividade. E esta é uma funcionalidade básica permitida por uma ferramenta de analytics.
Por outro lado, a percepção de que o custo para implantar uma solução de BI está ao alcance apenas das grandes instituições de saúde, atrasa a adoção deste tipo ferramenta e impede que ela avance em larga escala. Pensamento este que, além de equivocado, demonstra total desconhecimento do assunto. Obviamente, é preciso realizar algum investimento. Porém, existem soluções capazes de suprir as necessidades de organizações dos mais variados portes, incluindo operadoras de planos de saúde, hospitais, centros de diagnóstico e até algumas clínicas. Além disso, um cálculo simples de ROI (retorno sobre o investimento) é capaz de provar que cada centavo investido retornará com grande lucro para as instituições e mais do que isso, proporcionará a fidelização e a satisfação dos clientes, que receberão atendimento de excelência.
A área da saúde é muito ampla e complexa e, claro que, a implantação do BI, assim como de qualquer outra tecnologia deve ser cuidadosamente pensada. Não há um caminho mais fácil ou um atalho, sem que se pague caro por isso no futuro. O importante é realizar “quick wins”, ou seja, começar com pequenas vitórias, mas sempre pensando grande ao olhar para o futuro. É necessário entender que, para percorrer uma grande distância, ainda vale o lema de dar o primeiro passo. E conhecer muito bem o negócio é parte fundamental para que um projeto de analytics tenha início e, mais do que isso, traga resultados positivos para a organização. Enfim, sempre haverá relutância pela falta de compreensão dos benefícios que o BI proporciona para a área da saúde, especialmente entre os membros da alta gestão. Mas, esta resistência será resolvida mais cedo ou mais tarde. E tudo isso, com certeza, culminará em uma saúde mais saudável e bem gerida.
Celso Poderoso é Diretor América Latina da área de Professional Services da MicroStrategy, empresa líder no fornecimento de plataformas de software empresarial.