A última década tem sido acompanhada por grandes avanços no processamento de dados digitais, cuja quantidade gerada aumenta de forma extraordinária. Tecnologias capazes de lidar com esse volume, variedade, veracidade e velocidade de dados estão mudando a natureza dos negócios. Estamos na era da inteligência artificial e cognitiva, do cruzamento de inúmeras informações que permitem detectar padrões, prever ameaças e obter diversas aplicações à prática cotidiana.
Reunindo soluções capazes de analisar e compreender qualquer tipo de informação digital em tempo real, o big data é hoje considerado a mais importante ferramenta estratégica. Apesar de ainda existirem dificuldades para entender como a massa de dados gerada diariamente pode ser aproveitada, as promessas do big data são muitas. Porém, suas maiores possibilidades de aplicações já são observadas na área da saúde.
Além de reduzir os custos de P&D Farmacêutico em mais de US$ 70 bilhões e a quantidade de tempo para a decodificação do genoma humano de 10 anos para uma semana, a medicina preditiva e preventiva são vistas como a maior oportunidade do big data na saúde. Com a popularização do mobile health, aplicativos e wearables que ajudam as pessoas a monitorar hábitos e doenças, é possível compartilhar dados particulares com o médico não só para auxiliá-lo num diagnóstico individual, mas, sim, para que informações de saúde não sejam mais tratadas de forma isolada.
Com os avanços tecnológicos, atingimos a Quarta Onda da Saúde, em que o envolvimento crescente do indivíduo na reunião de informações aprimora a emissão de alertas às condutas médicas, a formulação de hipóteses diagnósticas, o apontamento de melhores práticas de tratamento, a prevenção primária e o acompanhamento da evolução da saúde do paciente. Avaliando direcionamentos de tratamentos, sobretudo, de Oncologia e outras condições crônicas, supercomputadores já interagem (inclusive, por voz) diretamente com médicos.
Nessa era da ampla captura, do cruzamento e da interpretação de dados, a medicina adquire maior embasamento para ampliar chances de cura e prevenção de doenças, disponibilizar diagnósticos antecipadamente, promover agilidade a tratamentos, desenvolver novos medicamentos e diminuir mortes evitáveis. Além disso, é certo prever que o uso da inteligência artificial no cruzamento de dados clínicos das pessoas, não necessariamente pacientes, evitará agravos à saúde da população e, consequentemente, aumentará a expectativa e a qualidade de vida.