Uma tecnologia ainda recente no Brasil foi utilizada pela primeira vez no Espírito Santo durante um procedimento de ablação de taquicardia ventricular, realizada no Vitória Apart Hospital. O procedimento, feito para tratar definitivamente grande parte das arritmias cardíacas, ocorreu com o uso do Impella, um dispositivo de suporte circulatório que ajuda o coração a bombear o sangue oxigenado para o corpo.
Essa foi a primeira vez que um dispositivo de assistência ventricular percutâneo foi utilizado no Estado para auxiliar em um procedimento de ablação. Segundo o cardiologista Márcio Augusto Silva, que participou do procedimento, o aparelho funciona como um ventrículo artificial ajudando o coração a bombear o sangue e, dessa forma, permitindo que pacientes com insuficiência cardíaca grave possam realizar a ablação.
“Em casos de pacientes com arritmia, muitas vezes, a pressão arterial do paciente cai durante a ablação, não permitindo a continuidade do procedimento. O dispositivo de suporte circulatório funciona como um ‘coração artificial’ em forma de cateter, ajudando a ejetar sangue na aorta e permitindo a boa perfusão dos órgãos e a manutenção da pressão arterial estável, enquanto a ablação é realizada”, explica o médico.
O Vitória Apart foi o segundo hospital no Brasil a fazer esse tipo de procedimento com o suporte circulatório mecânico, depois apenas do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. O cardiologista Márcio Augusto Silva conta que, no caso em questão, o paciente, de 67 anos, teve infarto do miocárdio e apresentava episódios frequentes de arritmias.
Como não estava respondendo ao tratamento com remédios, foi submetido a duas tentativas de ablação por meio do método tradicional, ambas interrompidas devido à queda da pressão arterial do paciente. Somente com o novo método, foi possível finalizar com sucesso o procedimento no paciente, com o envolvimento das equipes de Anestesiologia, Enfermagem, Cirurgia Cardíaca, Cirurgia Vascular e Eletrofisiologia.
O Impella ainda pode ser utilizado em cirurgias cardíacas e angioplastias coronarianas, além de ser aplicado em pacientes com insuficiência cardíaca aguda, como forma de tratamento. “É importante saber que no Espírito Santo é possível fazer procedimentos de alta tecnologia, sem precisar ir para outros Estados. Hoje, temos potencial humano e tecnológico para realizar procedimentos complexos para tratamento das arritmias cardíacas, como nos maiores centros do Brasil e do mundo”, completa o médico.