Responsáveis por projetar e organizar espaços internos e externos, os arquitetos conseguem agregar valores em estética, conforto e funcionalidade em qualquer edificação. Entretanto, quando trata-se do ambiente hospitalar é necessário que esses profissionais estejam ainda mais atentos a todas as questões, valorizando pontos como fluxo e humanização, sem esquecer-se da necessidade de fácil assepsia.
A arquitetura hospitalar é de suma importância ao País tendo em vista que temos mais de 6000 municípios e, a maior parte deles, carentes de unidades de saúde, sejam elas públicas ou privadas. “Projetar corretamente estes espaços requer do profissional de arquitetura o conhecimento de uma série de informações, que incluem: as implicações éticas na arquitetura de sistemas de saúde, o planejamento da rede de saúde, o entendimento de suas interfaces, o atendimento às normas e às boas práticas, a incorporação de novas tecnologias, a atenção com a acessibilidade, a flexibilidade, a expansibilidade e, principalmente, a humanização dos espaços, tanto para pacientes e seus acompanhantes, quanto para os trabalhadores da saúde”, salienta o professor Márcio Oliveira, Coordenador do curso de Especialização em Arquitetura de Sistemas de Saúde da Universidade Católica de Brasília e Presidente da ABDEH.
Para contribuir com o conhecimento dos profissionais que optam por atuar em Saúde, cursos de extensão, especialização e pós-graduação foram sendo criados ao longo dos anos e, hoje, os profissionais de arquitetura podem trabalhar com formação dedicada especialmente ao setor da Saúde. “Quem deseja atuar nesta área deve estar sempre atento às novidades, buscando se atualizar constantemente, seja por meio de cursos e palestras ou por meio da literatura específica, dentre as quais encontram-se as revistas e os livros publicados com apoio da ABDEH”, diz Oliveira.
Os cursos de especialização têm como oferecer conhecimentos sobre as mais modernas metodologias de projeto arquitetônico hospitalar, incluindo a compreensão dos processos e métodos de dimensionamento do edifício, do setor de Apoio ao Diagnóstico e Terapia (ADT), além do aprendizado referente a cálculo de custos das instalações hospitalares.
“Em nosso caso, trata-se de um curso de extensão, de educação continuada, que é a especialidade da AEA. As principais disciplinas estão relacionadas a tipologia projetual e suas especificidades, normalização e aspectos legais, e exemplos práticos de unidades de saúdes projetadas e construídas no Brasil e fora do País”, conta Cristiano Moura, Diretor de Marketing da AEA Educação Continuada, que oferece o curso de “Arquitetura de Hospitais, Clínicas e Laboratórios”.
Segundo Moura, uma especialização na área, permite ao profissional dimensionar redes e unidades nos seus aspectos físico, financeiro e administrativo; oferece habilidade para desenvolver projetos de postos e centros médicos, ambulatórios, unidades de pronto atendimento, unidades mistas, hospitais locais, regionais e especializados, laboratórios, clínicas especializadas e centros de diagnóstico. Além de capacidade para elaborar planos diretores hospitalares para unidades que necessitam de ampliações e reformas; Diagnosticar nas unidades existentes, o dimensionamento de novas instalações.
“Dominar o conhecimento sobre os sistemas construtivos mais adequados para cada caso agregam competência para decidir sobre a aquisição e manutenção de equipamentos hospitalares, considerando fatores como eficiência, custos e prazos para execução dos serviços”, salienta.
Já o curso oferecido pela Universidade Católica de Brasília, trata-se de uma especialização Lato-Sensu, com 360 horas de aulas presenciais, com duração total de um ano. A metodologia utilizada é a de ensino semi-presencial, sendo o curso constituído de dez disciplinas complementares, nove teóricas e uma no formato de atelier de projeto, na qual os alunos têm a oportunidade de aplicar o conhecimento adquirido no desenvolvimento do projeto de um estabelecimento de saúde completo.
“Está incluso em sua estrutura a disciplina “Atelier de Projeto de EAS”, que possui quase a metade da carga-horária das aulas, e forma a base do trabalho acadêmico final, onde os alunos consolidam os conhecimentos adquiridos nas disciplinas teóricas em um projeto completo”, explica Oliveira.
Segundo o Coordenador da Especialização em Arquitetura de Sistemas de Saúde da Universidade Católica de Brasília, o curso visa preparar profissionais para atuar no planejamento e no projeto dos recursos físicos e tecnológicos, seus componentes e suas relações com os usuários e atividades inerentes ao processo de prestação de serviços de saúde. “O profissional de arquitetura ou engenharia que se torna especialista em sistemas de saúde agrega a seu currículo um perfil muito requisitado no mercado, podendo atuar como técnico, consultor ou projetista de estabelecimentos de saúde, ou ainda na área pública, em trabalhos de auditoria, vistorias ou inspeções”, diz.
O curso em Brasília existe desde 2007, e inclui, além das aulas normais, a realização de palestras com a participação de convidados especiais, as quais geralmente abrimos gratuitamente para o público externo, sendo realizadas em parceria com a diretoria regional da ABDEH. Dentre os convidados que já passaram pelo curso, incluem-se nomes como os de Jarbas Karman, Flavio Kelner, Augusto Guelli, Luis Carlos Toledo, Antonio Pedro Carvalho, entre outros convidados.