O Conselho Mundial de Energia Eólica (GWEC, em inglês) prevê que cerca de 60 gigawatts (GW) de energia eólica serão instalados no mundo em 2017 e a instalação anual subirá para 75GW em 2021. Até lá, se espera que o total de megawatts eólicos no mundo atinja a marca de 800 GW, que seria quase o dobro da energia atual, de acordo com o Global Wind Report: Annual Market Update – Relatório Global do Mercado Eólico lançado no último dia 25 de abril pela entidade.
Segundo o relatório, em 2016 foram instalados mais de 54 GW eólicos em mais de 90 países, sendo nove deles com mais de 10 GW instalados e 29 ultrapassaram os 1.000 MW. Capacidade cumulativa mundial cresceu 12,6% no ano passado atingindo 486GW instalados.
A publicação apresenta um panorama global dos principais países produtores eólicos no mundo. O crescimento será liderado pela Ásia: a China continuará a liderar todos os mercados, mas a Índia estabeleceu um novo recorde para as instalações no ano passado e tem potencial para atingir as metas do governo para o setor, com vistas para novos mercados.
Brasil
Em 2016, o Brasil adicionou 2.014 MW de nova capacidade eólica, com a instalação de 947 turbinas eólicas em 81 parques, e criando 30 mil novos empregos, representando um investimento de 5,4 bilhões.
O relatório menciona que a capacidade eólica chegou a 10,74 GW no final de 2016, representando um investimento total de R$ 70 bilhões (21,5 / USD 22,8 bn). O setor emprega cerca 160 000 pessoas, fornece eletricidade a cerca de 17 milhões de casas e reduz as emissões de CO2 Cerca de 16 milhões de toneladas por ano.
Segundo dados levantados pelo Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE), entre 2014 e 2016, o Brasil acumulou 7,24 GW em operação comercial, contra 3,447 GW do Reino Unido, 3,676 GW da França e 4,079 GW do Canadá.
Se esse perfil de crescimento se mantiver para os próximos dois anos, o Brasil deverá ultrapassar o Canadá e a França e em até quatro anos poderá passar à frente do Reino Unido. Com isso, o país poderá ocupar a 6ª posição no ranking global de países produtores de energia eólica até 2020, no mais tardar em 2021.
Leilão de transmissão
Com o resultado do leilão de transmissão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na última segunda-feira (24), o setor eólico brasileiro deverá ter novo fôlego para sua expansão. O certame foi classificado pelo governo brasileiro como bem sucedido ao licitar 97% dos lotes em disputa. O deságio médio foi de 36,5%, o que representa um investimento de R$ 12,7 bilhões projetados pela agência reguladora. Dos projetos que estavam no leilão, foram negociados 7.068 quilômetros de linhas de transmissão.